Sair ou não entrar

Tenho falado com muitas pessoas sobre a atualidade. A voz geral é a de que já não aguentam mais as limitações impostas pela rotina surgida de repente e parece não ter fim. Dialogando com um amigo, concluímos que: é muito salutar sair da rotina, porém mais salutar, é não entrar nela.

Derivada do francês, routine, relativo a caminho costumeiro, fazer de novo. Sua origem é o latim, repetere, fazer novamente, rotineiro. Não sou filólogo para dissecar palavras, mas como ser humano conheço as consequências que a rotina pode trazer a quem se rende aos seus caprichos. O gênio Albert Einstein cunhou a frase: “Não há maior prova de insanidade do que fazer as mesmas coisas todos os dias e querer obter resultados diferentes”. E o que é insanidade? Prefiro não tentar defini-la.

O problema é que a rotina nunca está sozinha e sua companheira inseparável é a ansiedade. As duas, de mãos dadas, podem nos causar da simples perda de sono à palpitação, falta de apetite, etc., quando não nos causam dores biopsicossociais que exigem intervenções médicas.

Se a rotina tem o seu centro de influência na mente, lógico é que devemos responder a ela com pensamentos inovadores. Vale dizer que para a mesmice não há outro antídoto senão usarmos a faculdade de pensar, à qual está reservada a prerrogativa de criar os pensamentos. Para a repetição sistemática que pode nos levar à “insanidade mental”, segundo Einstein, a técnica ideal é a de nos valermos da versatilidade. Observemos que quem sempre cria, transpira alegria e não entra na rotina, ansiedade, etc.

As pessoas criativas ficam fora da rotina porque sempre despertam cedo, ouvem rádio, fazem poemas, escrevem textos, trocam boas mensagens nas redes sociais, telefonam, fazem seus hobbies e preenchem o dia com atos e pensamentos edificantes. A rotina se alimenta da quietude do ser, adora a inércia e não dispensa o letargo mental.

Onde tem a rotina há outros ingredientes que consomem o ser. Irritabilidade e suscetibilidade são deficiências psicológicas que, estando de plantão, a boa convivência social entra em declínio.

Na crise está o grande campo para novos empreendimentos e sair ou não entrar na rotina é um deles.