Recentemente eu disse aqui que os dias atuais nos fizeram mais atentos, e detalhes antes despercebidos saltam agora às nossas vistas. As aves, por exemplo, já marcaram suas presenças em várias crônicas nesta página e hoje trago a minha ave, por ter ela cometido um ato inseguro que quase lhe custou a vida. Numa bela manhã, de minha janela eu mirava um potente transformador de energia elétrica, estando logo acima dele “o meu pássaro”. Assisti paralisado ao quadro que vou narrar a seguir:
Por que se arriscar tanto? / Se na rua há infinitos lugares / Ele vai logo expressar o seu canto / Em difíceis e perigosos ares.
Muitos de nós ficamos por explicar o poder do sentimento e aqui uma cena em que um belo pássaro nos dá mostras de como expressá-l
Um Bem-te-vi muito ousado / Expõe-se ao risco de dar a vida / E morrer assim eletrocutado / Mensagem emite à sua querida.
Ele, para atrai-la, com os pulmões cheios e cantando, parecia assim se expressar:
“Aqui está seu querido namorado” / Ela voa e pousa ao seu encontro / Ele garboso bonito e inspirado / Esposa-lhe então logo de pronto.
Diante do espetáculo que assisti, não visto outras vezes antes por falha na administração do meu tempo, pude fazer a mim mesmo uma pergunta e tirar as minhas conclusões:
Qual é a lição que a mim vem? / É a de que vale a pena arriscar / Por quem a gente quer bem / Não importando onde seja o lugar.
Os técnicos eletricitários sabem do grau de risco oferecido pelos transformadores. São objetos altamente perigosos e exigem habilidade para ser acessados, além de treinamentos específicos. Se estiverem energizados, os componentes e fiações, uma vez tocados inadvertidamente, costumam ceifar a vida de quem o faz.
E o nosso Bem-te-vi, depois de me causar estresse dando o seu espetáculo envolto pela alta-tensão, cantou várias vezes e partiu ileso com sua amada...
Obs.: hoje não toquei no tal assunto. Lembrou o nome?
João Eurípedes Sabino