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A insônia falhou?

Quando não é nos rios, é no mar. Como se não bastassem as agressões sofridas pelos nossos rios

João Eurípedes Sabino
Publicado em 31/10/2019 às 21:22Atualizado em 18/12/2022 às 01:32
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Quando não é nos rios, é no mar. Como se não bastassem as agressões sofridas pelos nossos rios com o derrame de rejeitos químicos das mineradoras, agora é a vez do mar.

Piche é lançado na costa brasileira, infestando o mar do nordeste com massa pastosa, que atinge nossas praias, manguezais, santuários, etc., além de contaminar frutos do mar, imprimindo consequências imprevisíveis e desastrosas ao ecossistema. Não sabemos o que acontecerá com a nossa flora e fauna marinhas.

Pescadores que têm o mar como sustento, além de parados, amargam sem saber que futuro lhes espera. O turismo, grande fonte de receita e geradora de divisas, segue ameaçado com a presença de público tendendo a zero. Esse pode ser o verdadeiro uso da inteligência para o mal..

Nos anos oitenta vi uma imagem na televisão de dois cidadãos sentados na Praça Vermelha, em Moscou. Ambos liam um mesmo jornal e a reportagem mostrou que certo satélite no espaço, a milhares de quilômetros de distância, também lia em detalhes as mesmas manchetes. Fiquei impressionado com a riqueza de detalhes captada pelos satélites! Na época, ficamos impactados com a reportagem, tanto que o assunto foi comentado por um bom tempo. E olha que a tecnologia da informação naqueles dias como que engatinhava.

Temos um caro sistema de vigilância alardeado como sendo um dos mais avançados do mundo. Nossas patrulhas costeiras rondam os mares brasileiros como guardiãs diuturnas da faixa mínima de duzentas milhas que nos pertence. Corvetas, fragatas, navios de grande calado, submarinos e até porta-aviões da Marinha do Brasil estão presentes para colocar “ordem na casa”. Sem dizer que o Exército e Força Aérea Brasileira a tempo e a hora estão prontos também para agir. Sistemas aprimorados de radares não desligam nunca, deixando tudo a descoberto. Essa é a pálida noção que tenho sobre a defesa nacional que nos guarda por via marítima. Não sou especialista e sei que o iceberg bélico defensor guarda detalhes submersos que jamais saberei.

Tudo isso tem ligação direta com a mesa do Presidente da República, de forma articulada com a Agência Brasileira de Informações – ABIN, passando pelo Gabinete de Segurança Institucional. E ainda tem o serviço de inteligência de cada Força.

Desconfio que, ao conceber este texto, alguém que não é Deus, já sabia até das minhas ideias. 

Agora vem a pergunta que não quer calar: o que fez ou fazia todo esse aparato que não detectou a tempo o derrame de piche na costa brasileira? Chego a concluir que alguém “cochilou” no momento em que não devia. A insônia falhou?

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