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Direito de ir, vir e ficar

Em São Paulo, na avenida Paulista, está o metro quadrado mais caro do Brasil. Naquele setor urbano ocorrem as mais importantes decisões

João Eurípedes Sabino
Publicado em 01/08/2019 às 21:31Atualizado em 17/12/2022 às 23:01
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Em São Paulo, na avenida Paulista, está o metro quadrado mais caro do Brasil. Naquele setor urbano ocorrem as mais importantes decisões nacionais. Ali está a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp, acompanhada de outras fortes instituições. Como se vê, o local é provido de suntuosas riquezas. Na Paulista, situa-se nada menos do que o imponente Museu de Artes de São Paulo - Masp, com seu riquíssimo acervo sustentado pelo respeitável vão livre de 74 metros. 

Ao passar por lá dia desses, vi uma das cenas mais contrastantes que se possa imaginar: barracas de pessoas desvalidas invadem espaços próximos. Moradores de rua cruzam a perigosa avenida com natural desenvoltura. Uma amostragem degradante do nosso Brasil. O Masp é historicamente palco de numerosas manifestações populares.

Constata-se que o direito de ir, vir e ficar na avenida Paulista é cumprido com o devido rigor constitucional. “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Assim nos diz a nossa Constituição Federal. Estaria aí a causa do alastramento das Cracolândias Brasil afora? Há quem diga que sim. Ao que vejo, todas as soluções engenhadas para enfrentar o problema estão na sua contramão. O aumento galopante de dependentes químicos parece ser prova irrefutável.

Nem tudo está perdido. Um percentual imenso, para não dizer quase 100%, dos moradores de rua e os andarilhos nas estradas têm família, profissão, endereço, documentos, são alfabetizados, etc. Se têm acertos à lei, já são outros quinhentos. Falta-lhes, sim, ocupação!

Na última sexta-feira à noite, em nosso terminal rodoviário, fui abordado pelo letrado poeta e morador de rua Lucas Santiago, que me ofertou o poema Filho da luz: Somos todos iguais / Criados pelo amor / Do grande Eu Sou / A luz que brilha por detrás do sol / Pois o sol com seu amor  / Ilumina a todos / Ilumina o bem / Ilumina o mal / A Luz não julga / A Luz perdoa / A Luz ama / E nos ensina assim amar / Temos que amar igualmente a todos /  Pois o sol assim nos amou / E nos ama / Sejam a luz / E levem a luz /  Pois a Luz viverá para sempre.      

Homenageando Lucas Santiago, lemos a sua poesia ao abrirmos o inesquecível MOMENTO CULTURAL EM VERSO E PROSA no Shopping Uberaba, sábado, às 14h, promovido pela Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Emocionante! Os artistas estão por toda parte. 

Por que não usarmos os seus talentos? Vale a pena tentar!

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