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DesMOROnamento

Ao que sei, nossa história não tem registro de um magistrado ou ex que tenha sofrido tanta pressão

João Eurípedes Sabino
Publicado em 18/07/2019 às 21:11Atualizado em 17/12/2022 às 22:40
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Ao que sei, nossa história não tem registro de um magistrado ou ex que tenha sofrido tanta pressão quanto a que vem sofrendo o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Tem sido altíssimo o preço por ele pago pela opção que fez; deixar a magistratura para integrar o primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro. 

Enquanto que, para alguns ministros de tribunais superiores, o “compadrio” deles com réus em processos não gera suspeição ou impedimento, Moro tem sido foco de artilharia pesada tentando abatê-lo de forma fulminante. Por mais que a lei especifique os requisitos da suspeição, nota-se a montagem de pesado lobby para modificá-los.

Invasões de privacidade pra cá, gravações pra lá, entrega de telefone do ministro à Polícia Federal, ataques maldosos, pancadas mortais da alta mídia, site metralhando a esmo, sonegações de notícias verdadeiras, etc., etc., não têm sido suficiente para desnortear Moro. Quanto mais lhe batem, mais ele tem consigo o leme de direção. Seu semblante denuncia que o fogo inimigo será suportado. O controle mental e a técnica da respiração, vindos das artes marciais, estão sendo colocados em prática e Moro me parece arredio à lona.

Optar pelo bem não é tão difícil. Difícil é optar por permanecer nele. Sérgio Moro, ontem juiz e hoje ex, tentando seguir a rota do bem, responde firme a questionamentos que, se forem derramados sobre um frágil devedor, serão suficientes para destruí-lo. Conheço os mecanismos para catapultar de um processo o ministro, o desembargador, o juiz, o membro do ministério público, o serventuário da Justiça e o perito. Não me parece sequer razoável o que querem fazer com Mor arrancá-lo do cargo como se arranca um qualquer. Ele não é e tem provado o contrário.

Se o juiz, o promotor de justiça, o advogado e o perito não puderem dialogar, teremos inviabilizado o Poder Judiciário. Assisti por décadas essa prática e jamais vi um pedido de suspeição.

Vale a pergunta: os acusadores de Sérgio Moro resistem um tête-à-tête nivelado diante das câmeras? Quem o acusa não é do ramo e sempre foge do “pegapacapá”. Moro surpreende cada vez mais na sua insistente busca por fazer Justiça. 

Honestidade e respeit dois valores que, ao serem exercidos, consagram a grandeza de um homem. Os especialistas em destruição de pessoas sabem disso, mas insistem na tecla do “desMOROnamento”. Não irão conseguir.

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