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Falando de Relacionamentos

Pessoas solitárias vivem mal, dormem menos, são mais estressadas e têm mais tendências ao suicídio

Sandra de Sousa Batista Abud
Publicado em 23/10/2019 às 19:07Atualizado em 18/12/2022 às 01:19
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Pessoas solitárias vivem mal, dormem menos, são mais estressadas e têm mais tendências ao suicídio comparadas àquelas que têm bons relacionamentos. Isto porque pessoas inseridas em grupos unidos pela amizade, pelo amor, pela profissão, pela solidariedade, ou qualquer outra característica positiva, têm mais chance de superar obstáculos.

O cérebro humano está programado para tirar o indivíduo de situações conflitantes e isto rapidamente. Como isto acontece? O cérebro faz com que as lembranças positivas permaneçam mais tempo na memória do que as lembranças negativas.

Como acontecem os relacionamentos?

No primeiro encontro as pessoas criam expectativas, esperam encontrar no outro a sua completude e esse desejo de completude surge através da projeção – ação de depositar conteúdos próprios no outro, inconscientemente. A escolha do parceiro pode ter grau variado de projeção, sendo que neste contexto pode-se esperar que o outro seja o alívio das dores passadas, ou que o outro seja capaz de preencher as lacunas de toda insuficiência do indivíduo desde o seu nascimento.

No primeiro encontro ainda, quando parte da realidade se apresenta, pode-se perceber se existe vontade e curiosidade para investir no conhecimento do outro.

Os encontros seguintes e o tempo indicam as humanidades, e as dores da desidealização, o que exigirá, de cada um, um grau elevado de tolerância à frustação, limites, estilo de vida, permissões, planos futuros, responsabilidades cotidianas e afetivas entre outras negociações.

Os seres humanos são seres sociais e possuem o desejo legítimo de encontrar o amor e viver uma completude, isto é, um relacionamento positivo. Entretanto, deve-se observar que relacionar-se significa enfrentar o processo de compartilhamento que se opõe à individualidade. Não existe uma relação estável sem abrir mão da liberdade. O equilíbrio entre o individual e o conjugal será construído pelo casal em formação, paulatinamente.

E quando um relacionamento termina? O que é interessante fazer?

Interessante é ser resiliente, isto é, refletir o suficiente para que a experiência vivida seja aprendizado e se transforme em autoconhecimento. É muito importante entender o que aconteceu, responsabilizar-se por erros cometidos, assumir a sua participação em toda a vivência. Agindo assim, aumentam bastante as possibilidades de se fazer escolhas mais conscientes e mais assertivas no futuro. Importante para o crescimento pessoal é a responsabilização pela parte do fracasso que impossibilitou a manutenção do vínculo no relacionamento.

Pessoas que crescem com relacionamentos positivos ou com separação favorecem a si mesmas, aos futuros parceiros e à sociedade que, com certeza, terá benefícios com indivíduos mis inteiros, mais presentes e mais conscientes. 

(*) Psicóloga clínica

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