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Chuvas, Ômicron e o carnaval!

Karim Abud Mauad
Publicado em 01/02/2022 às 20:21Atualizado em 19/12/2022 às 00:17
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Fevereiro começa com chuvas, Ômicron e o carnaval dos grandes centros adiados inicialmente para abril/2022.

Este período intenso de chuvas, que causou estragos e mortes em vários estados, o último em SP, não nos permite ter tranquilidade com a crise hídrica e muito menos alívio nas contas, lembrando que este insumo pesa no bolso das famílias e no custo de produção, alimentando o círculo vicioso da inflação. O ano de 2021 fechou com a inflação em dois dígitos, 10,06% a.a., muito longe das metas e do centro das metas, com perspectivas e viés de alta. A inflação penaliza a todos, mas é drástica para as camadas mais pobres da população numa ponta, e na outra obriga o agora “independente” Banco Central a elevar a taxa Selic, referência para as transações bancárias, gerando elevações nestas taxas e escasseando o capital de giro para a roda dos negócios; a produção, assim, fica menor e os preços, maiores. A inflação em descontrole tem outros fatores, mas este é um que explica as dificuldades e apertos do cidadão.

O vírus Ômicron, que se espalha mais rápido, mas com certeza é menos letal, muito em função de todos os processos de vacina e higiene utilizados nestes últimos dois anos (2020/2021), ainda preocupa muito, pois a grande escala da contaminação e da reinfecção volta a gerar internações e mortes em volume que achávamos estava no passado. Ainda precisamos de atenção e cuidados, principalmente por termos volta às aulas presenciais para todos e, claro, pelas incertezas geradas para gestores e colaboradores. Sem politizar, precisamos nos cuidar.

A ironia fica por conta do carnaval. Sou da geração que foi criada ouvindo que o Brasil só funcionava após o reinado de Momo. O fato se explicava pela junção das festas de fim de ano, emendadas com as férias escolares de verão. As famílias aproveitavam quando podiam e coincidiam com as férias profissionais e o calendário político e do Judiciário. Assim, tínhamos esta sensação de nada acontecer antes desta folia. O evento da pandemia nos força a repensar isto, pois não temos por enquanto como assim proceder e precisamos trabalhar muito para minimizarmos os estragos deste período, tão triste para a história da humanidade.

Novamente sem polêmicas, entre a tristeza pelas perdas de vida humana, temos que entender o papel social e turístico desta festa e achar um caminho para quem estava inserido e dependente dela.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgou recentemente um levantamento onde mais de 650.000 crianças até 5 anos saíram da escola, mais especificamente deixaram a rede privada e pública. O tempo do Conhecimento precisa ser retomado, pois corremos o risco de perder gerações e o bonde da história. Estes são desafios para quem Governa com G Maiúsculo e se preocupa, de fato, com a população, sem populismo.

Assim, com preocupações, dilemas e uma certa ironia, vamos percorrendo este 2022, com os problemas de sempre.

O equilíbrio será a palavra de ordem neste ano. As vaidades e o calendário eleitoral vão atrapalhar esta busca, com certeza.

O momento continua a exigir atitudes ponderadas, principalmente dos eleitos nos 5.570 munícipios do país, onde, de fato, o povo está. Não só o artista deve ir aonde o povo está, como canta Milton Nascimento na canção “Nos bailes da vida”, mas, principalmente, nossos políticos. O povo não pode ser tocado apenas por mídias sociais. Que Deus os ilumine e nos proteja e abençoe!

Karim Abud Mauad

 

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