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Anos: 90

Karim Abud Mauad
Publicado em 22/07/2020 às 07:03Atualizado em 18/12/2022 às 08:03
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Neste 22/07/2020, comemoramos em família uma data importante. É o aniversário de nossa matriarca Josephina Abud Mauad, de fato muito mais a mãe amorosa, irmã querida, vó e amiga, que a matriarca clássica gestora do clã. Nascida em São Paulo, capital, esteve um tempo curto em Santa Juliana, ainda jovem, e retorna primeiro para Conceição das Alagoas e, na sequência, Uberaba, já casada com meu pai, Ramid Mauad. Uma união perfeita, abreviada em 08/07/1985, com a morte prematura dele, jovem ainda – incompletos 59 anos. Os quase 33 anos que estiveram casados fortaleceram os laços familiares e permitiram sólida consistência na criação dos filhos. Assim, neste breve histórico, resumo a chegada da Mamãe em nossa Uberaba. Neste tempo, junto com Dona Beatriz Guido, no início e com o Grupo São Geraldo até esta data, tem um trabalho social profícuo, desde o Hospital da Criança, passando pela Casa do Menino e hoje amplamente dedicado ao Asilo Santo Antônio. Aliás, seu trabalho no Asilo tem inspirado particularmente nossas atividades rotárias, um trabalho cidadão, muito ampliado em conjunto com os Companheiros do Lions e da Maçonaria. Minha mãe é a prova que o exemplo e a ação arrastam mais que a prosa solta. Ficaria aqui um tempo enaltecendo estas e outras qualidades de sua marcante personalidade, mas, ao resolver homenageá-la neste artigo, me veio uma lembrança de nossa história de vida. O fato ocorreu uns 4 anos após o passamento do meu pai, ao assistirmos o filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, e em casa, falando de escolhas da vida, eu quis saber sobre o que é renunciar à carreira para casar e ter filhos, já que minha Josephina tem o segundo grau e foi desaconselhada a fazer um curso superior, pois não era o normal para a sua época. Ela nem pestanejou e disse que o dia que eu descobrisse o amor na sua plenitude, eu estaria pronto para casar e ter filhos, e emendou falando do seu amor pelo meu pai e por nós, seus filhos. Confesso que gastei um tempo para entender isto, mas em 2004, ao casar com Flávia e depois ser pai da Anna Carolina, entendi toda aquela declaração de amor. Valeu, vovó Fefa, por todo este aprendizado.

Em tempos mais atuais, fico encantado com seu entusiasmo por aprender e criar novos modelos de seus famosos cabides, para quem busca um guarda-roupa mais personalizado. Em síntese, no frescor de sua idade, D. Josephina nos brinda com seu entusiasmo. Teria várias outras histórias para contar, prefiro minimizar para conter meu pieguismo assumido e declarado. Em São Paulo, desde o fim de 2019, lá mantida pelos filhos, na casa da irmã Linda Abud, para evitarmos os riscos inerentes da Pandemia, ela não abriu mão de sua conhecida vaidade e, dentro das regras sanitárias, criou um mecanismo para manter os cabelos no seu castanho habitual, conjugado com sua fé inabalável, se permitindo umas escapulidas até a Igreja da Sé, reaberta por lá com ressalvas. Assim de longe, rendo por aqui as homenagens a você, mamãe, por esta data tão significativa em nossas vidas. Trago o abraço dos filhos, noras, netos, sobrinhos e amigos. A comemoração será hoje virtual, mas no novo normal, que você ansiosamente busca, estaremos juntos e calorosamente vamos nos curtir na sua casa, com os quitutes e mimos que você tão bem faz ao nos receber. Trago também o abraço da Edna, Marize, Amanda, Zélia, Elda, Marisa Romano, Jandira, Jaime Moisés, entre outros. De coração, receba nosso afeto e carinho. Mamãe, nossa vida, bem vivida, tem valido a pena. Que venham mais novos Anos: 90.

Karim Abud Mauad

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