Em momentos como este em que estamos vivendo, afloram tantos questionamentos, que nos levam a refletir sobre a essência de nossa existência, ou seja, a natureza do ser. Será que sabemos quem somos? Aprofundando um pouco mais, será que sabemos por quê somos?
Passamos grande parte de nossa vida tentando compreender as pessoas, criticando seus defeitos, julgando suas atitudes, nos comportando como magistrados na avaliação de seres humanos. Como é fácil condenar os outros, depreciar seus atos e sentenciar com repreensão. Isso se tornou tão costumeiro para certos indivíduos, que a sociedade, de modo geral, embarcou nessa sórdida filosofia de vida, principalmente com o advento das redes de comunicação digitais. Se preocupar com o outro é muito mais cômodo que olhar para seu próprio interior.
Não somos para isso! Não podemos ser!
Não estamos nesse mundo para tentar melhorar o próximo. Estamos para amá-lo, protegê-lo e, assim, alentar nosso próprio espírito. O indivíduo está para ser apurado em cada existência. Não podemos desperdiçá-la!
Somos porque fomos designados. Escolhidos para uma nobre missão. Viver, crescer, evoluir. Para cumpri-la, nos cabe valorizar atitudes compassivas, tecer generosidade e olhar mais para si que se preocupar com as imperfeições do outro. Talvez poucos enxerguem a graça da vida, às vezes acobertada pela laboração do dia a dia. Uma graça divina, um presente que nos foi dado, como oportunidade para que sejamos seres humanos cada dia melhores e semelhantes à imagem do nosso Criador.
Fernando Hueb de Menezes - Cirurgião-dentista, professor e pesquisador da Universidade de Uberaba - E-mail: [email protected]
