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O “outdoor” que não vi

O Brasil que eu quero é o mesmo que 99% dos brasileiros querem. Esses blá-blá-blás cheios de utopias e muito romantismo...

Solange de Melo M. N. Borges
Publicado em 06/08/2018 às 08:21Atualizado em 17/12/2022 às 12:13
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O Brasil que eu quero é o mesmo que 99% dos brasileiros querem. Esses blá-blá-blás cheios de utopias e muito romantismo não nos levarão a lugar algum! Acorda Brasil! Este caráter utópico se revela no discurso repetitivo de candidato que não vai fazer absolutamente nada de bom para o país ao eleger como prioridade a educação, a saúde e a segurança pública. Fuja desse discurso, estamos pois diante uma falsa alternativa!

A Reforma da Máquina Pública é o verdadeiro X da equação. O “estado paquiderme” não sairá do lugar se não houver uma drástica redução do seu peso. A dieta ideal é aquela que extinguirá o luxo das autoridades e dos cargos comissionados. Os salários aviltantes, pelos valores estratosféricos, e os privilégios em todos os espaços da máquina pública são distorções que se não forem corrigidas não permitirão o ajuste das contas nacionais e, por conseguinte, forçarão a permanência da condição de indigência da poupança do governo. Dessa forma, o trabalhador continuará a ser o responsável pelo “cobertor curto” da Previdência Social. E, se continuar calado, os políticos dissimulados continuarão apontando dedos em riste para déficits gerados pelos benefícios que eles usufruem, como se o fossem pelos trabalhadores. Continuarão colocando o acento na correspondência veiculada entre contribuição e recebimento de aposentadoria, impondo uma idade mínima para se obter o legítimo direito que lhe foi garantido constitucionalmente.

A pauta prioritária - não deixa dúvidas - é a urgência de uma reforma contra todos os privilégios que o setor público desfruta de forma acintosa para com uma população trabalhadora que tira do seu suor, através de impostos confiscatórios, montantes milionários para satisfazer a vaidade e o conforto daqueles que pouco ou nada fazem para o bem-estar coletivo, e se recusam cumprir a disciplina fiscal. As regalias oficiais são vergonhosas diante de quadros de hospitais abarrotados, doentes pelos corredores, falta de medicamentos, escolas sem a merenda escolar e famílias que se alimentam de água e sal porque não têm emprego, não têm o que comer!

A burocracia a serviço da corrupção “amarra” qualquer processo de crescimento econômico. Assim, a luta do dia a dia dos brasileiros é desumana diante desse Estado de relações clandestinas, que se materializam num processo apodrecido de vícios e roubos contra os cofres públicos. E é precisamente aqui que se faz urgente o rompimento dessa “lógica” doentia, descontrolada e excludente. Perdida está a referência dada a qualidade democrática dos interesses da sociedade. É preciso uma transformação que supõe uma ampla série de rupturas com o lamentável processo deteriorado em que se encontra o espaço público brasileiro. Não nos interessa a mudança do discurso, mas sim a mudança de comportamento dos gestores da nação.

Enfim, um choque de liberalismo e uma Reforma Política! É o que eu quero para o Brasil. Algum candidato se propõe a fazê-lo? Que tal ver estampado em milhões de “outdoors” esta promessa? Ainda dá tempo. Eu não vi. Quero ver.

Profa. Solange de Melo M N Borges, economista

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