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Era uma vez um policial militar honesto que venceu o câncer, mas não venceu a violência da cidade de Uberaba (MG)

Assim começa uma história triste de um final trágico para um grande policial militar

Luiz Adolfo
Publicado em 24/03/2018 às 07:35Atualizado em 16/12/2022 às 05:20
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Assim começa uma história triste de um final trágico para um grande policial militar que morreu numa troca de tiros na BR-050, onde um radar, segundo as autoridades, “faz de conta” que é responsável pelo não-atropelamento de pessoas que moram nas imediações.

Hoje, a vítima foi um policial militar de nome Gilmar de Oliveira, que passava pelo local, quando o pneu de seu veículo foi atingido por objeto cortante colocado por vagabundos, marginais, assassinos, cujo objetivo era assaltar os ocupantes.

Este é um local onde sempre houve problemas de assaltos e as autoridades jamais fizeram e ainda não fazem algo para que isso não ocorra novamente.

Por diversas vezes, policiais militares do Estado de Minas e de outros estados foram vítimas, no mesmo local, e trocaram tiros com os indivíduos e, infelizmente, nem um dos bandidos foi atingido.

Agora, o nosso querido sargento Gilmar de Oliveira foi vítima. Vão fazer o que agora com este local? Retirar o radar de velocidade? Fazer uma manifestação pela morte do nosso querido amigo? Se fosse o atropelamento de uma outra pessoa, neste mesmo lugar, a população já faria uma queima de pneus, atrapalhando e bloqueando o trânsito. Mas, como foi “apenas” um policial, este manifesto jamais acontecerá.

Será que terá uma manifestação dos professores e alunos no local por causa do assassinato do nosso querido sargento Gilmar, que era professor de Química?

Perda irreparável para nossa sociedade, uma vez que realizou grandes trabalhos na área policial e de educação em nosso município. Hoje, nós, uberabenses, podemos nos sentir mais descuidados e desprotegidos porque já não se fazem mais policiais como este. Sempre com um sorriso no rosto, mesmo tratando de um câncer que não o venceu, mas foi abatido pela violência da cidade. Estou, sim, revoltado com este assassinato, além de ser um exímio policial militar, era amigo e foi professor do meu único filho. Deixa hoje, além de uma família em prantos, alunos órfãos.

E vou avisand mesmo que tenha rampa e passarela, os moradores do local continuarão a atravessar no mesmo lugar, por debaixo da passarela, pois estamos morando em um país onde o “rabo abana o cachorro”, ninguém respeita regras, convenções e/ou leis. Agora, talvez, digo talvez, esta passarela será batizada de “Passarela Gilmar de Oliveira”, em homenagem ao grande cidadão que teve de ser morto para resolverem o caso da estrada e de moradores de bairros que são cortados pelas BRs.

Com garantia e segurança, informo que este “radar” não faz nenhum sentido naquele local. Com ou sem passarela, este radar apenas fez vítimas que estavam nos seus carros. Agora foi vítima um dos melhores policiais militares do país. Fica aqui minha indignação porque, por diversas vezes, reclamei deste radar nas redes sociais, e por duas vezes foi até destaque em coluna de jornalista nos jornais da cidade por eu ter dito que lá aconteceria uma tragédia.

Aconteceu.

Que Deus conceda ao professor/policial Gilmar o melhor lugar lá no Nosso Lar! Ele não voltará mais ao nosso convívio, mas se as autoridades entenderem, talvez nós não percamos mais ninguém neste “radar da morte”.

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