Audiência
Deve ficar para o início de 2021 a audiência de instrução e julgamento no processo contra dez proprietários de postos de gasolina.
Sobrecarga
Sinalizam isso à duradoura pandemia, às ações ainda em curso das eleições e à aproximação do recesso, além de centenas de outros processos tramitando.
Três crimes
O grupo de empresários é acusado de três diferentes crimes, mas nem todos respondem pelas mesmas acusações.
Cartel
A única denúncia que envolve todos é relativa à combinação de preços.
Lavagem
Seis são os pronunciados também por lavagem de dinheiro e um, isoladamente, é acusado de adulteração de combustível.
Detalhes
E FALANDO SÉRIO conta mais alguns detalhes do que foi apurado e relatado à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco.
Lotérica
Diz o Ministério Público que um dos acusados de lavagem de dinheiro transferia para lotérica de sua propriedade “elevadas quantias de seus postos falidos e fraudatários”.
Lavanderia
Para o Gaeco, “isso a transforma (a lotérica) em engrenagem de mecanismo de ocultação patrimonial” ou em “lavadora de dinheiro”.
Prova
Pelo menos três transferências foram constatadas em escutas telefônicas.
Mais de 300
Em janeiro deste ano, o empresário recomendou a funcionária que transferisse R$140 mil dos postos para a lotérica e, no dia seguinte, outros R$150 mil.
Sobra
No dia 10, ele voltou a ligar para a funcionária e perguntou quanto havia sobrado nas contas dos postos e pediu a transferência de mais R$62 mil, segundo o MP.
Estelionato
Já em 11 de fevereiro, empresa distribuidora de combustíveis denunciou à PM ter sido vítima de estelionato.
Prejuízo
Aponta o Gaeco que no Reds há indicação de autoria em desfavor do empresário, citando ter a distribuidora um prejuízo de mais de R$ 7 milhões.
Promessa
Em 7 de janeiro, antes das transferências de R$352 mil para a lotérica, o investigado havia prometido pagar a dívida com a fornecedora.
Fechou
Em que pese ter dito que arcaria com o pagamento, a investigação certificou que seus postos foram fechados, baixados, e os recursos transferidos para a lotérica – detalha o MP.
Lá e cá
O empresário tinha negócios em Uberaba e Uberlândia.
Laranja
Conversas interceptadas no dia 6 de julho indicam que posto fechado em Uberaba seria reaberto por empresa iniciada em abril e registrada em outro nome.
Faxineiro
E esse novo investidor, apurou o Gaeco, trabalhou no Sesc como faxineiro até 2019 e paga o IPTU de imóvel que pertence a acusado.
Parentes
Nove postos em Uberaba aparecem oficialmente registrados em nomes de parentes, mas são administrados pelos próprios investigados.
Churrascaria
Outro posto está em nome de trabalhador em churrascaria com salário de R$1 mil 313.
Faturamento
Relatório do Ministério Público trata a comercialização de combustíveis como “atividade milionária”.
Coisa de milhões
São exemplificadas as receitas de três postos. Um faturou R$6,9 milhões em 2012 e R$7,1 milhões no ano seguinte.
Outro chegou aos R$4,6 milhões em 2014 e o terceiro, R$3,8 milhões em 2018.
Adulteração
A denunciada adulteração de combustível ficou restrita a um posto e foi caso isolado (de constatação).
Rede social
Entre os dias 6 e 11 de janeiro deste ano, empresário tomou conhecimento de mensagens em rede social denunciando a irregularidade.
Socorro
O diálogo entre ele e um prestador de serviço, pedindo ajuda, estava sendo ouvido pelo Gaeco.
Retirada
Foi-lhe arrumada uma carreta para a retirada do combustível adulterado. Foram 20 mil litros em um posto e mais 8 mil litros em outro.
A tática
Na conversa, o empresário confessa ao interlocutor ter “misturado um pouco de álcool nos tanques” e a medida teria ficado incorreta.
Procon
Removido o combustível, ele pediria a visita do Procon.
Guardado
O interlocutor disse que o combustível retirado ficaria guardado “e depois nós bota aos poucos aí dentro” (sic).
Concordância
Transcrição da conversa gravada mostra que o empresário concordou: “(...) eu vou jogando aos poucos, final de semana eu deito o cabelo (...)”.