ARTICULISTAS

Tempo de chuva

Nessas décadas enfrentando o verão em Uberaba, aprendi que, em tempo de chuva, todo sinal é de chuva

Mário Salvador
Publicado em 20/01/2020 às 18:13Atualizado em 18/12/2022 às 03:41
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Nessas décadas enfrentando o verão em Uberaba, aprendi que, “em tempo de chuva, todo sinal é de chuva”. Por isso, como o bom senso aconselha, saio sempre acompanhado de guarda-chuva, sombrinha ou capa de chuva (ou as três coisas, conforme o dia). 

Às vezes, o tiro sai pela culatra. O dia começa garoando e eu já me preparo para enfrentar o aguaceiro que certamente virá. Que nada! Logo o sol consegue varar as pesadas nuvens e, como por encanto, domina o céu.

Curiosamente, se me esqueço de sair armado de um guarda-chuva, o cenário é outro. O sol amanhece cegando a vista, bonito, quentinho, iluminando o espaço, ganhando a minha confiança. De repente, sinto umas gotinhas geladas e, rapidinho, a chuva se avoluma: é um temporal. Nessas horas, sou grato aos comerciantes, porque me abrigo nas lojas, até a tempestade passar.

Apesar dessa imprevisibilidade, o verão me alegra por trazer as chuvas criadeiras, que regam o solo, acabam com a poeira, molham as plantas, acabam com o calor e não causam dano algum. Limpam a alma.

Essa chuva abençoada traz sorrisos nas ruas de Uberaba, pois nossos agricultores dependem de que a água venha no tempo certo e nas condições adequadas para trazer (espero!) mais uma safra recorde. Que seja sempre assim! A economia aqui agradece.

Não sou fazendeiro, mas também aprecio quando começa essa chuva “ideal”. Afinal, como todo bom português, tenho um jardim e um quintal, que são a minha paixão, e esse tempo chuvoso pode ser uma bênção. Afinal, não posso aceitar que um vaso com plantas fique seco, definhando e, talvez, até morrendo...

Munido dessa preocupação, mesmo na época de chuvas, diariamente verifico a situação de cada vaso de planta, porque sempre há risco de São Pedro enviar uns dois ou três dias sem chuva e com muito sol. Então, lá vou eu, de mangueira na mão, despejando água no jardim.

Às vezes, estou no meio dessa faina e eis que, inesperadamente, começa a chover. É um senhor transtorno, mas não me desanimo. Porque, nessas horas, como todo bom português, corro e busco um guarda-chuva para me proteger e, equilibrando esse guarda-chuva numa das mãos e a mangueira na outra, continuo aguando os vasos. É trabalhoso, mas as plantinhas merecem, ora pois. 

Só não entendo por que os brasileiros acham isso estranho...

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