Um país tropical como o Brasil é um convite para a vida ao ar livre. No verão, a população quer aproveitar ainda mais esses momentos, mas é preciso tomar os devidos cuidados. De acordo com o Inca (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de pele responde por 27% de todos os tumores malignos que atingem a população brasileira e o país contabiliza 180 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano. “Os dados são preocupantes e a incidência desse tumor é maior do que os de próstata, mama, cólon e reto, por exemplo”, alerta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de Oncologia Clínica da Unifesp (chefe do laboratório de melanoma), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
O pesquisador explica que existem diferentes tipos de câncer de pele, que também se manifestam de formas distantes. “O câncer de pele é resultado do crescimento anormal das células da epiderme. O carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular são os mais comuns e são aqueles denominamos de não melanoma”, esclarece Ramon de Mello.
O primeiro surge como lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas, que crescem aos poucos e tendem a sangrar com facilidade. Já o carcinoma espinocelular aparece como lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis meses, além de apresentar dor e sangramento. “Apesar de responder por, aproximadamente, 10% dos casos, o câncer melanoma é o mais grave e pode se espalhar facilmente para outros órgãos e levar à morte”, detalha o professor da Unifesp.
“O uso de protetor solar e barreiras mecânicas é essencial para a prevenção dessa doença”, enfatiza Ramon de Melo. O médico oncologista reforça ainda a importância do diagnóstico precoce para alcançar resultados positivos do tratament “Na oncologia, quanto mais cedo identificamos um tumor, melhores as chances de cura”.
Ramon Andrade de Mello
Oncologista clínico e professor adjunto de Oncologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal)