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Loucura

Ricardo Motta
Publicado em 27/08/2021 às 19:18Atualizado em 19/12/2022 às 02:25
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A vida é uma piada, ou seríamos nós a piada da vida. Sei lá! É assim que seguimos e assistimos. Quando a vida quer mostrar que governa, não adianta esquivar-se, ela demostra quem manda, e que é ela. Tolice tentar contornar. Então, nada de piada, é a vida Mestra resolvida. E é de verdade, não fantasie, enfrente. Há vezes que até a entendemos irônica ou cínica pelo modo que se revela. Porém é ledo engano da nossa limitação. A vida é professora sempre. Sua razão é própria, tem objetivos de plano seu, numa divina lógica arredondada universal. Não se enquadra e é injusto superficialmente a rotular de cruel. Ela aparece própria e do nada surpreende aqueles que acreditam que estão regendo a vida com controle pleno e total, apoiados na ilusão de um poder estruturado em riquezas, mas que, em verdade, é raso e fugaz. A vida regente chega até matar no auge, em lição aos que ficam. Aos certinhos, enquadrados, previsíveis, perfeitos no agir comum, nas formas ditadas, no senso mundano social, no tic-tac de ser, a vida não oferta os melhores talentos. Esses de agir mecânico, que não ousam evolução, não compreendem a louca vida no mundo redondo cheio de intempéries são relegados à mediocridade. Logo aos tachados de dementes é que permite maiores talentos. São muitos os exemplos na história. O extraordinário aos extraordinários, excêntricos. Por isso os geniais “são loucos”. Certamente não me refiro aos dementes patológicos, mas aos de pensamentos que alcançam o infinito, tal como os números que, por serem infinitos, sugerem questionar a exatidão da própria matemática. Nesse contexto tenta evoluir o ser ao verdadeiro amor, objetivo final. Não raro a vida bole com os corações refratários ante a subtração súbita do seu triunfo, do colosso passageiro do seu ser. Mostra, severamente em lição, que o exato do viver não existe, não é perene, nesse mundo limitado. Contudo, a vida na sua imensidão, chama todos à proposta “louca” da dimensão eterna, infinita, submissa apenas à lei universal do relativo, do atemporal, através das lições que dá, concedendo pertinentes gargalhadas ou lágrimas no viver. Mas tudo isso é pura demência, na leitura dos soberanos iludidos pela soberba. Enfim, tente, saia do comum, converse por dentro com sua louca vida. Extrapole para o amor. Não e verá que não será alucinação.

Ricardo Motta

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