ARTICULISTAS

Chegou Dezembro

Ana Salvador
Publicado em 30/11/2021 às 18:38Atualizado em 18/12/2022 às 17:17
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E como andam as resoluções feitas no fim do ano passado? Quantas foram? Umas três, ou dez? Mais, ou menos, fáceis? E para que precisamos delas?

Ciclos ajudam a viver. Somos motivados por prazos, com data para cumprir. Um ano, se calhar, é muito tempo para monitorar, por isso metas parciais, a prazos mais curtos, ajudam. Mas, na hora da festa, com a ave na mesa e os fogos no céu, quem se lembra? Formamos aquela imagem, na cabeça, do nosso “eu futuro” melhor, com todos os problemas resolvidos, sem chateações nem complicações que dificultem a vida.

Assim, a título de serviço público, segue este pequeno lembrete de que o ano já vai a 92%, e como andam as resoluções? Perdemos peso, estudamos mais? Passamos mais tempo com a família? Depois de pagar a mensalidade, aparecemos na academia? Ou passamos o ano praticando caridade atlética, em que pagamos todo mês e consideramos cumprido? Quem nunca? Caso similar ao de um amigo meu, que dizia que “parar de fumar é facílimo, só este mês já parei quatro vezes”.

Quantos livros podemos ler este mês? Quantos amigos visitar? Quantas boas ações praticar? Quantas intenções realizar?

Talvez, antes de correr para fazer uma lista no fim do ano, seria boa ideia um pequeno simulado. Eleger dezembro como o mês-piloto, em que vamos testar as resoluções. Assim este mês vamos ler aquele clássico ensaiado no último verão, buscar a constância naquela caminhada a que, com tão boa-fé, nos propusemos, deixar aquele hábito que nos faz tão bem, e tão mal.

Um conhecido, espanhol de nascimento, e espirituoso por temperamento, vivia com a companheira, mais companheira impossível. Decidiram e concordaram não oficializar o relacionamento, que durou décadas, até que ele faleceu. Mas nunca deixaram um costume de, todas as semanas, reafirmar o compromisso. Fosse ao acordar, ainda no leito ou, em caso de viagem, por telefone, as primeiras palavras que trocavam todas as segundas-feiras pela manhã eram ele perguntand “Mercedes, seguimos?”, e ela concordava. Estiveram casados semanalmente, com renovação vitalícia.

Com esse espírito, e a quatro semanas de o ano acabar, está declarado iniciado o simulado de fim de ano.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica [email protected]

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