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Quase lá

Ana Salvador
Publicado em 28/12/2020 às 20:16Atualizado em 19/12/2022 às 05:29
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Esta semana haverá sexta-feira, caso alguém tenha alguma dúvida. Mas qual é, exatamente, a incerteza? Este ano muito se falou em “fim dos tempos”. E sexta-feira? É ano que vem.

Cada ano vem com sua cota de bondades e maldades. Algumas alegrias vêm programadas, como Olimpíadas e Copas do Mundo. Celebração garantida para alguns poucos, entretenimento para muitos, entremeado com desastres ocasionais. Sempre há um 7 a 1 ali, dobrando a esquina, a nos espreitar. É o preço a pagar pela possível, improvável e efêmera glória, mas, se ela não chegar, nós, brasileiros, temos vocação para festejar e comemorar vice-campeonatos e esforço sincero em geral.

No capítulo maldades, somos menos organizados. Entramos no ano esperando o melhor, terminamos lamentando os mortos, as tragédias sem data marcada, apenas garantidas desde que o mundo é mundo.

Este ano parece diferente. Já entramos no ano em meio à calamidade que, se esfriou um pouco, ainda nos flagela em muitas frentes. É uma hecatombe humanitária que compromete a saúde pública, física e mental, assim como os meios de subsistência. Castiga famílias, cidades, estados e classes profissionais inteiras que, sem descuidar das medidas que conseguem tomar, veem o fantasma da fome e miséria cada vez mais palpável.

Em que ajuda a sexta-feira? É um pequeno recordatório de que a vida é feita de ciclos. É verdade que o atual está muito difícil e não vai mais embora. Não há vassoura atrás da porta que leve essa criatura. Eram duas semanas pra achatar a curva, que já viraram meses, e mais umas quantas regras que vão mudando. Parece que, a cada vez que aprumamos e chutamos a gol... mudam as traves de lugar. Não há meio de marcarmos uma dentro e acabar com isso.

Mas sexta-feira é 2021. O primeiro dia de um ano novinho. Já vem com a promessa de terminar melhor do que começa, com tudo o que se aprendeu e evoluiu até agora. Se o ano de 2020 castigou e não foi justo, é hora de refletir e ficar em paz. Colocar energia no que se consegue mudar e ficar em paz com o que não tem jeito. Ao escolher cuidar de cada pessoa ao nosso redor, colhemos benefício duplo. Melhoramos nós e o mundo fica um bocadinho mais habitável. No momento, é uma vitória. Desejo um 2021 de muita resiliência para todos!

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica [email protected]

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