ARTICULISTAS

Percepção do cotidiano: da pedra ao anjo

Vania Fonseca
Publicado em 13/07/2021 às 18:59Atualizado em 19/12/2022 às 02:58
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Na imensidão do infinito sem cor, a Terra torna-se azul e, à medida que se aterrissa em sua crosta, a vida explode em diversidade de mundos biológicos ou inanimados. Profusão de cores e sons revela reinos, vegetal e animal, em incontáveis filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies, que disputam a oportunidade de viver.

Do Ártico gelado à civilização avançada da Finlândia, por exemplo, tudo se encaixa de forma divinal. Interdependências de seres que competem em diferentes cadeias alimentares, do instinto animal à racionalidade humana. Contempla-se a luta incansável pela sobrevivência nos diferentes ecossistemas, nichos ecológicos e habitats. Seja dia ou noite, em diversas condições climáticas, a disputa é a estratégia única que domina objetivos pela vida e reprodução.

Em condições selvagens ou não, a Terra expressa a rudeza de seus habitantes em brigas ferozes para se manterem vivos. Presenças humanas, animais ou vegetais, não importa a falta da linguagem humana, todos conversam entre si mediante expressões de gestos e sons, de acordo com as diferentes concepções de solidariedade (exercício do bem ao outro) e fraternidade (doação do bem com afeto).

O urso abastecido cede espaço ao lobo faminto. A planta carnívora seduz o invigilante inseto à procura de seu doce néctar. A salamandra colorida devora minhocas que transformam lixo em húmus nutriente para plantas. Em todos os níveis inteligentes ou não, a evolução de instintos ou intenções leva ao progresso dos desejos.

Na comunidade humana, a guerra não é diferente e ganha requintes em suas estratégias para superar ameaças psicológicas, econômicas, políticas, profissionais, entre outras. O “Homem das Cavernas” saciava seus desejos primitivos pelo atendimento às necessidades básicas de alimentação e sexo. À medida que evoluímos, saímos do primarismo e nos elevamos em direção aos infortúnios alheios pelo prazer da prática do amor.

Hoje, o ser humano compreende a possibilidade da felicidade e parte em sua busca, tanto dentro de si mesmo quanto em terras longínquas de seus semelhantes. Pela misericórdia, o indivíduo se enxerga na dificuldade do outro, busca soluções, também, para as dores externas, como no fato atual – Covid-19. No planeta inóspito de si mesmo, percebe a presença do outro e distancia-se do instinto animal. A fera que nos habita caminha rumo à regeneração, cede lugar à manifestação angélica, ao objetivo maior da conquista pela sabedoria e amor!

Vania Fonseca - Bióloga e Pedagoga - [email protected]

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