ARTICULISTAS

Percepção do cotidiano: significado da vida

Vania Fonseca
Publicado em 19/05/2021 às 07:50Atualizado em 19/12/2022 às 03:41
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As Ciências, como o ser humano, convivem com o dualismo, tem facetas para a vida e a morte! A bomba atômica traz o caos em mãos perigosas, contudo, seus princípios de energia nuclear revolucionaram a cura pela medicina. Atualmente, em face da Covid-19, presenciamos a corrida em busca da vacina, que promove a vida! Gratificante observar pais e filhos, emocionados, trocarem lágrimas de alegria pela vacinação de um ente querido aos 90 anos! Porém, ainda há quem questiona a eficiência das vacinas! A vida é a suprema escolha que deve mover a ação humana! “Vacina sim”!

Em meio a tantas perdas, sobretudo por essa pandemia, outras enfermidades levam vidas como, em março último, de Contardo Calligaris, que, aos 72 anos, foi-se para o mundo dos imortais. Mais uma estrela no céu! Nascido na Itália, estudou, trabalhou e viveu na Suíça, França, Estados Unidos e Brasil. Colunista da Folha de S.Paulo, detentor de currículo e competência invejáveis em Letras, Dramaturgia e Psicanálise, debruçou-se sobre as diversidades das personalidades humanas. Entre seus escritos, destac “o sentido da vida é a vida concreta”. Todavia, sua última frase (“espero estar à altura”) me surpreende ou traz clareza que, no confronto com a morte, a esperança se faz presente na crença de que há uma luz por detrás da cortina que se fecha para o universo da vida!

Por outro lado, a prática da lição do bambu chinês nos ensina que a vida se ressignifica, também, pelo mundo abstrato! “Cultivar raízes profundas”, fortalecidas por experiências saradas, que indicam o valor do perdão a si mesmo, fundadas na fé que remove montanhas internas. “Viver em comunhão com os outros”, pois o coletivo se sustenta frente aos ventos fortes. “Ser oco” para se livrar do mal e receber graças. “Crescer sempre e para o alto” em busca de espiritualidade que responde aos anseios de que a vida não termina em sua própria concretude. Compreender as dificuldades (“os nós”) que fortalecem a resistência individual interna, para que não sejamos tão dependentes de condições externas que nos tornem desistentes da luta diária. “Ser flexível” para enfrentar as atrocidades. Enfim, “não ter galhos desnecessários” que sobrecarreguem a marcha e nos impeçam de nos abraçarmos!

Como escreveu Victor Hugo (1802-1885), francês, romancista, dramaturg “Eu digo que o túmulo que sobre os mortos se fecha abre o firmamento; e o que acreditamos aqui em baixo ser o fim é o começo”.

Vania Fonseca - Bióloga e Pedagoga - ([email protected])

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