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Escolhas

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 04/04/2022 às 19:18Atualizado em 18/12/2022 às 23:09
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O mês que começa com o Dia da Mentira termina com o Dia Mundial para a Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em 28 de abril. Muitas empresas aproveitam para promover campanhas internas e cumprir obrigações legais com a Segurança. Seja por obrigação ou proatividade, trazer mais segurança para os trabalhadores é atuar em tarefa divina, por procuração temporária.

Os especialistas em segurança, protagonistas este mês, passam o ano batendo-se com colegas na linha de frente que ainda acreditam que mais segurança é menos produção. Esses últimos não poderiam estar mais enganados.

Segurança é planejamento, encontrar a maneira certa de fazer cada tarefa, prever falhas para que não aconteçam. Funcionando bem, além de não haver acidentes, a eficiência aumenta, sem falar no moral da turma.

É certo que é muito trabalho. Começa com olhar para cada tarefa e, a partir daí, ir tomando ações. Sempre que possível, a melhor alternativa é eliminar os riscos, mas sempre fica algum, por mais que se ponham recursos para acabar com eles.

Restam, então, ações do dia a dia, precauções a tomar toda vez que se executa aquela tarefa. E tome procedimentos, treinamentos, auditorias, equipamentos de proteção e mais. O problema é que, nesse caso, o sucesso sempre dependerá de cada pessoa, que tem que aderir e cumprir.

E, quando, com muito esforço, tudo isso acontece, sempre há alguém que começa a questionar se isso tudo é mesmo necessário. Afinal, “não temos tido acidentes”.

Esse é o ponto! Os acidentes não ocorrem justamente porque se faz tudo isso. É como a pessoa que toma remédio para um mal qualquer e, quando começa a se sentir bem, deixa de tomá-lo. Tão irracional, mas tão humano.

Caindo as medidas, é questão de tempo até os acidentes voltarem. Cada procedimento saltado, cada equipamento de proteção não usado, cada leitura a um instrumento negligenciada, é um furo na malha de proteção que tanto havia custado a construir.

Ninguém quer ser a pessoa que vai bater à porta da casa de um colega a dar a notícia fatal. Depende de mil ações, que só notamos quando tudo falha. Mas, no fim de tudo, segurança é uma escolha.

Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica [email protected]

 

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