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D. Aracy Chaban – 100 anos de generosidade!

Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de rubis

Márcia Ribeiro Borges
Publicado em 02/11/2019 às 10:29Atualizado em 18/12/2022 às 01:34
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“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de rubis. O coração de seu marido está nela confiado, e a ele nada faltará. Ela lhe faz bem, e não mal, todos os dias de sua vida. Busca lã e linho e trabalha de boa vontade com suas mãos. Ainda de noite se levanta e dá mantimento à sua casa... Levantam seus filhos e chamam-na bem-aventurada.” (Provérbios -31,10) – o versículo bíblico define bem os valores e a virtuosidade da grande matriarca da Família Chaban – D. Aracy Gabellini Chaban – nascida em 5 de novembro de 1919, cuja trajetória alcança um século. Seus dias foram para servir a Deus, ao marido, aos filhos, netos, parentes, à Igreja e ao próximo. Uma vivência de amor-incondicional, por excelência! Suas mãos santas de guerreira incansável revelam marcas do trabalho de uma vida inteira sem a vaidade deste mundo. 

Seu exemplo de bondade desmedida, doação e de generosidade está perpetuado no seu trabalho incansável da lida diária no fogão, nos seus inigualáveis quitutes, no tanque, nos hinos evangélicos que cantarolava enquanto estava nos afazeres domésticos. Sua alegria contagiante brilhou como sol em seu lar nos seus dias de dona de casa. Uma vida inteirinha para servir, servir e servir a todos que se acercam de sua morada. Agora, que se encontra acamada, a grande lady e matriarca nos transmite a certeza de que a mulher que teme ao Senhor será louvada!

Sua história de vida nos conta que seus pais eram italianos, que atracaram em grandiosos navios trazendo italianos para o Brasil até o Porto de Santos, no começo do século XX, onde se dispersavam com suas famílias para os cafezais e canaviais, sobretudo para os estados do Sul e de São Paulo. Seu pai, Achilles Gabellini, nasceu em Roma, de família nobre, chegou com dote expressivo, mas, sem experiência de trabalho, encontrou lida nas plantações de cana; era laborioso e não teve dificuldade naquele trabalho árduo. Sua mãe, Olimpia Marashini Gabellini, nasceu na Ilha de Cecília e veio com os pais no mesmo navio para o Brasil, mas, se conheceram nas fazendas de plantações de cana-de-açúcar, no estado de São Paulo, na cidade de Igarapava, o que marcou de coincidência a vida daqueles jovens recém-chegados da bella Itália. Para eles, certamente o mundo era pequeno demais para caber tanta coincidência deste amor vindo de longe e se concretizar em terras brasileiras. Ainda jovens, casaram-se e tiveram cinco filhos, Assumpta, Maria, Ovídio, Aracy e Nair. Aos 33 anos, acometido de pneumonia, Achilles faleceu, deixando Olimpia viúva com 28 anos e seus cinco filhos. A vida foi dura dali pela frente, mas a italiana jamais se esmoreceu. Era evangélica e educou seus filhos sob as bênçãos de Deus e dos ensinamentos bíblicos, e todos se deram bem com o exemplo da italiana, senhora Marrasquini. A jovem Aracy foi para Anápolis-GO, cursar o ofício de costureira e por muitos anos trabalhou na máquina de costura. Lá conheceu o jovem russo Alexandre Fellippe Chaban, violinista da Igreja Presbiteriana daquela cidade. Casaram-se no dia 30/12/1939 e vieram morar na cidade de Prata e, posteriormente, em Uberaba, onde o Sr. Chaban passa a se dedicar à fotografia e a dar aulas de violino no Conservatório de Música “Renato Frateschi”. Têm quatro filhos, Nelson (in memoriam – geólogo), Elda Chaban (do lar), Alexandre Jr. (dentista) e Eber Chaban (bacharel em Odontologia e professor de Física); dez netos e seis bisnetos. Aos 100 anos, D. Aracy está lúcida, enfrentando sua longevidade, mas resistente com seu olhar voltado para o Senhor Deus, que é a nossa salvação – a ela nossa gratidão eterna! 

(*) Jornalista

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