ESPORTE

Coluna do Baleia # 14 – GP DA TURKIA - UM SER A PARTE

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 18/11/2020 às 10:16Atualizado em 19/12/2022 às 05:56
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Fot Alfa Romeo

A Alfa Romeu, pela primeira vez em 2020, conseguiu ver seus dois carros participarem do Q3. Com Kimi terminando em oitavo e Giovinazzi no décimo posto.

O Covid 19 mudou quase tudo em nossas vidas e na F1 não foi diferente. Depois do cancelamento de varias etapas tradicionais, os cartolas viram-se obrigados a criar um novo calendário. E assim tivemos as primeiras etapas sendo realizadas, todas na Europa, e até com duas etapas seguidas num mesmo autódromo.

Também por questões de logística e financeira, pistas que foram abandonadas pelos organizadores por questões econômicas voltaram esse ano. Imola, Turquia e até uma pista sensacional que nunca utilizaram, no caso Portimão em Portugal.

RETORNO. No final de semana passada fomos brindados com o retorno do circuito de Istambul que tem um traçado magnífico e possui uma das curvas mais desafiadoras que já vi, a famosa curva oit ela possui três tangencias. Para completar o cardápio, a mesma foi recapeada há duas semanas e seu asfalto não havia sido curado quando começaram os treinos na sexta-feira.

PARECIDO. Situação parecida já vivenciamos em Interlagos em 1977. Na ocasião, devido ao extremo calor, (Janeiro de 1977), o asfalto começou a esfarinhar na curva três do traçado antigo, transformando o local num verdadeiro desmanche de carros de F1. De 1977 para cá a tecnologia asfáltica evoluiu muito e diferentemente do que aconteceu em Interlagos, o pavimento de Istambul não desmanchava, mesmo com a temperatura bem diferentes da temperatura de São Paulo.

ILUSÃO DE ÓTICA. Na sexta-feira, quando observávamos as primeiras imagens, achei que o asfalto estava molhado, na verdade ele estava oleoso, o que não gerava grip para os pneus funcionarem na temperatura ideal. Já no sábado, o que já estava ruim, piorou, pois a chuva veio e transformou a pista numa superfície muito escorregadia. Alguns pilotos disseram no radio que parecia que estavam pilotando sobre gelo.

INVERSÃO. Essa situação mudou a ordem natural das forças na F1. Pela primeira vez este ano a Mercedes não conquistou a pole. E o pior era que a melhor Mercedes no grid, ocupava a sexta colocação (Lewis), ou seja, nem na primeira e segunda fila havia um dos carros alemães. Um fato raríssimo de 2014 até 2020.

RECAÍDA. Verstappen dominou os três treinos livres, porém na classificação, viu Lance Stroll conquistar a pole e Perez ser o terceiro. Ele tinha certeza que seria o dono da pole. Isso parece ter afetado a mente do holandês, pois na corrida ele foi muito afoito e cometeu erros infantis. Não lembrava e nada o Max de 2020 e sim aquele de 2016.

NOVIDADES. A Alfa Romeu, pela primeira vez em 2020, conseguiu ver seus dois carros participarem do Q3. Com Kimi terminando em oitavo e Giovinazzi no décimo posto. Albon conseguiu o quarto lugar. Leclerc conseguiu ser o segundo nos treinos dois e três, e na hora que mais precisava na classificação, foi apenas décimo terceiro largando em P12 devido a uma penalização de Norris. Já Bottas foi outro que na hora H foi inferior ao que tinha feito nos treinos livres e largou de P9.

ENGANO. A corrida tinha tudo para ser um festival de rodadas e entradas do Safety Car ou ainda bandeira vermelha, porém o Safety Car não foi acionado. Já as rodadas foram muitas e Bottas foi melhor nesse quesito. Ele rodou na primeira curva e ainda levou Ocon com ele.

BEM. Vettel fez uma ótima largada. Largou de P11 e depois quatro curvas já era o terceiro. Ao contrario de Vettel, Max foi infeliz já na largada. O alemão terminou a etapa na terceira posição e assim fez seu primeiro pódio em 2020. O que será que o Binotto achou disso?

PISOU. Já Leclerc largou uma posição atrás do alemão e estava em décimo quarto quando fez sua primeira parada na volta seis. Com pneus intermediários novos, ele passou a girar rápido e chegou no final a ocupar o segundo posto. Mas na penúltima curva escapou da trajetória ideal e viu Perez e Vettel superá-lo terminando a prova na P4 e fora do pódio.

DESTAQUES. Calos Sainz Jr foi piloto que melhor evoluiu na corrida largando na décima quinta posição e terminando em quinto. Uma senhora demonstração de domínio em condições adversas. Sergio Perez é mestre em fazer seus pneus durarem muito, ao contrario de Stroll, não realizou a segunda troca. Ele chegou a liderar, porém viu Lewis superá-lo numa reta.

ACERTO. Quase todos os carros que foram competentes na classificação com a pista molhada, não se deram bem na corrida depois que a chuva parou. Aparentemente apostaram que a corrida seria com chuva. Como os carros não podem ser modificados após o Q3, Mercedes, Ferrari, McLaren se deram bem na corrida e mal na classificação. Perez foi a exceção.

ELE. Assim como Perez, Hamilton só trocou os pneus de chuva para intermediários na volta 8 e não mais visitou os boxes. Claramente o carro alemão não foi o melhor equipamento em Istambul, e mesmo assim Hamilton conseguiu ser o vitorioso. Sorte dizem uns poucos, porem ganhar sem ter o melhor carro é para poucos nesse esporte coisa de brasileiros no passado.

* LEWIS HAMILTON conseguiu igualar o número de campeonatos e superou o de vitorias de Schumacher. Lewis é único em vários aspectos. E certamente seu feito nunca será igualado ou superado.

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