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Oportunidade de ouro

José Humberto Guimarães
Publicado em 18/05/2022 às 19:11Atualizado em 18/12/2022 às 22:30
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Para despertar regiões agricultáveis até então inexploradas com lavouras tecnificadas e bem situadas quanto à sua logística de transporte ferroviário, a VLI, empresa controladora da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), executa um plano de desenvolvimento territorial sustentável para aumentar a área agrícola de Minas Gerais, Goiás e Bahia. Com o fomento das atividades, a previsão é elevar o volume de cargas que circulam na Ferrovia Centro Atlântica (FCA) em direção aos portos do Espírito Santo. O projeto prevê uma demanda de, aproximadamente, dez milhões de hectares para o plantio de soja e milho e outros grãos exportáveis.

Está aí uma extraordinária oportunidade para que mandatários políticos e empresários dos municípios das regiões focadas se mobilizem, conscientizando proprietários de terras destes locais quanto ao vantajoso negócio que se apresenta e para o qual a sua participação poderá efetivar-se através de contratos de arrendamento, um instrumento para associações produtivas de fácil adoção e prático funcionamento.

A previsão da inclusão de uma área de dez milhões de hectares ao processo produtivo de cereais, como a soja e o milho, descortina um horizonte promissor para a economia de inúmeros municípios mineiros em diversas regiões com aptidão para estas culturas.

Uberaba é um polo de produção, captação e distribuição de grãos, contando privilegiadamente com duas ferrovias que alcançam os portos de Santos (SP) e Tubarão (ES). Atrai investimentos portentosos, como é o caso da VLI logística, estruturada no município, a cerca de 50 quilômetros da cidade, ladeada pela BR-050 e pela ferrovia Centro Atlântica, onde é estupenda e impressionante a movimentação de embarque de soja, milho e açúcar com destino ao exterior.

Entretanto, próximo da cidade, o Distrito Industrial 2, do Caçu, também ao lado da BR-050, convenientemente projetado e criado na década de 1980 para alojar silos e armazéns graneleiros e que dispunha de um ramal ferroviário para alcançar a linha tronco hoje da Centro Atlântica, não teve o mesmo destino do parque de operações que a VLI instalou na região do posto “Cincoentão”. Ficou estagnado, não recebeu novas instalações de armazenamento e o ramal ferroviário que o ligava à ferrovia mestra foi destruído. Sua situação é precária. Quatro unidades armazenadoras ali instaladas, a maior delas para 120 mil toneladas, estocam 320 mil toneladas, mas estão impossibilitadas de alcançar os corredores de exportação ferroviários pela falta de um ramal de apenas 5 mil e quinhentos metros.

Frente a este cenário e à oportunidade única oferecida pela perspectiva do crescimento das safras e das contínuas e crescentes compras do exterior, o que é que devemos fazer para garantirmos nossa participação nesta extraordinária oportunidade de desenvolvimento? De imediato, revitalizar o Distrito Industrial 2, reconstruindo o ramal ferroviário que o interliga aos corredores de exportação, e buscar investidores para a construção de armazéns graneleiros.

E para efeito de raciocínio vai aqui uma lembrança: Para carregar um silo graneleiro de 60 mil toneladas, como os poucos que temos em Uberaba, são necessários dois mil caminhões! Imaginem só a frota necessária para o carregamento de armazéns que estocam dois milhões de toneladas, como é o caso dos existentes em nossa coirmã Uberlândia. Então, persigamos esta oportunidade de ouro, ou melhor, de soja e de milho.

José Humberto Guimarães

Consultor para Parcerias e Arrendamentos Rurais; ex-secretário municipal de Agricultura de Uberaba

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