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A demanda mundial por comida

José Humberto Guimarães
Publicado em 04/05/2022 às 21:39Atualizado em 18/12/2022 às 22:57
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A agricultura brasileira vem passando por processos evolutivos surpreendentes, superando até mesmo as expectativas dos mais experientes analistas do setor. São muitas as técnicas atualmente empregadas na produção de alimentos, que o somatório dos resultados ultrapassa as previsões de crescimento quantitativo previstas a cada ano. Duas das culturas em que seus grãos estão entre os cereais mais consumidos do mundo bem demonstram essas performances: a soja e o milho, cujas produções e produtividades crescem constantemente.

Utilizados sob inúmeras formas, estes cereais e seus derivados integram a composição do cardápio padrão que pode garantir segurança alimentar aos seres humanos, ou seja, são ingredientes elementares para assegurarem as substâncias qualitativas indispensáveis à mantença diária de pessoas.

Estatísticas apresentadas por órgãos como a FAO dão conta que a produção de alimentos global na atualidade, estimada em dois e meio bilhões de toneladas, seria suficiente para satisfazer a população do nosso planeta. No entanto, cerca de um bilhão de pessoas passam fome. Esta distorção, segundo a mesma fonte, é devido à má distribuição da comida e, sobretudo, pela falta de dinheiro para adquiri-la.

O certo é que, diante de um contingente populacional imenso – mais de sete bilhões atualmente, e com previsão de chegar a aproximadamente dez bilhões em 2050, o mundo precisa de comida. A previsão é de que, nessa ocasião, o Brasil deve estar produzindo mais de 600 milhões de toneladas de grãos que poderão suprir o consumo interno e atender a demanda externa.

O Brasil tem condições territoriais e climáticas para produzir alimentos demandados por países dependentes deste suprimento. Já o faz produzindo na atualidade cerca de 270 milhões de toneladas de grãos gerados em cerca de 65 milhões de hectares. Terras não nos faltam. Temos, de pronto, em torno de 100 milhões de hectares de áreas ocupadas com bovinos, parte dos quais poderá ser transformada em lavouras, integrando agricultura e pecuária com extraordinários benefícios para ambas as atividades. Mas, para tanto, é imperioso que se resolva aqui o déficit de produção de insumos, como os fertilizantes.

Para cumprirmos e comprovarmos a máxima de que o Brasil é o celeiro do mundo, há de se cuidar de imediato também das inadiáveis ações que viabilizem dois dos segmentos fundamentais que garantam o crescimento das lavouras do país, quais sejam: a modernização e ampliação de linhas férreas por regiões agrícolas e outras potencialmente agricultáveis e, a mais importante delas, instalarmos fábricas de fertilizantes aqui no país, como é o caso da indústria de amônia projetada para Uberaba. Assim, estaremos garantindo a extraordinária e inigualável condição do Brasil de suprir boa parte do mundo com alimentos.

José Humberto Guimarães

Consultor para Arrendamentos e Parcerias Rurais

Criador e coordenador da Bolsa de Arrendamento de Terras

Ex-secretário municipal de Agricultura de Uberaba

 

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