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A EFICIENTE OCUPAÇÃO DA TERRA

José Humberto Guimarães
Publicado em 26/04/2022 às 20:45Atualizado em 18/12/2022 às 19:30
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Os meios de ocupação e uso da terra são fatores preponderantes que determinam tanto o proveitoso desenvolvimento socioeconômico quanto a maléfica retração de comunidades ou regiões. O Brasil tem hoje, depois da adoção de instrumentos e práticas tecnológicas no meio rural, locais que se sobressaem na sua expressiva atividade produtiva e outros que estão estagnados por absoluta falta de iniciativa de suas lideranças.

No entanto, nunca na história brasileira a agricultura expressou tanto a sua interferência propulsora de desenvolvimento da economia do país como nos tempos atuais. As atividades rurais dedicadas à produção de alimentos expandem-se rapidamente, ocupando áreas agricultáveis até então subutilizadas com exploração pastoril de baixa rentabilidade. Esta diversificação sobre espaços territoriais mal ocupados integrando-os em atividades produtivas de alta lucratividade implementa expressiva movimentação da riqueza dos municípios interioranos onde são praticadas.

O mercado para produtos agrícolas cresce no consumo interno e já atende uma parcela de, aproximadamente, 800 milhões de pessoas no exterior. Países como a China e outros também populosos firmam contratos de longo prazo para a aquisição de grãos brasileiros, principalmente de soja e de milho. Estes negócios projetam regularidade e ampliação do comércio, tendo em conta a política de segurança alimentar adotada por nações que buscam a estabilidade social.

O Brasil é o país que reúne as melhores condições para a produção de alimentos na escala exigida pelo atual e progressivo mercado externo e sem prejuízos para o consumo interno. Com um gigantesco espaço ainda a ser ocupado, cerca de 100 milhões de hectares, constituído em quase sua totalidade por pastos degradados, agricultores brasileiros têm como ampliar suas lavouras lançando mão de um mecanismo de desenvolvimento aqui no país já bem praticado, mas podendo ser muito mais utilizad o arrendamento de terras. Este é o instrumento adequado e seguramente o meio racional e apropriado para a viabilização da expansão horizontal da agricultura brasileira. Através destes contratos, agricultores profissionais ampliam suas lavouras sem estagnar capital na compra de terras, direcionando-o proveitosamente para a aquisição de materiais destinados à produção, como insumos diversos e máquinas agrícolas, e proprietários de terras pecuaristas introduzem diversificação em suas atividades pastoris, entremeando-as com lavouras cultivadas por agricultores profissionais. Além da renda remuneradora, consegue-se a revitalização da terra, que, ao retornar ao pastejo de bovinos, alojará no mínimo mais três unidades animais por hectare.

Estas oportunidades estão também disponíveis aqui, no Triângulo Mineiro, e no Alto Paranaíba – e a inclusão de novas áreas locais a este promissor processo produtivo poderá revolucionar toda a economia local, com a ocupação de milhares de hectares até então utilizados precariamente com bovinos. Esta substituição vantajosa do pasto degradado pela soja e pelo milho certamente propiciará a ampliação de atividades rentáveis na região, ampliando os meios apropriados para dinamizar sua economia.

O Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba têm grande espaço territorial potencialmente adequado para se tornar um polo muito mais expressivo de produção de grãos. Transformá-lo em uma sólida e produtiva zona agrícola é questão de atuação de suas lideranças. A Bolsa de Arrendamento de Terras é a instituição adequada para fomentar essa oportuna transformação da economia da região.

José Humberto Guimarães

Consultor para Arrendamentos e Parcerias Rurais; criador e coordenador da Bolsa de Arrendamento de Terras; ex-secretário municipal de Agricultura de Uberaba

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