Tais “regras” implicam e recaem, notadamente, em duas áreas essenciais para esses países.
Uma, em seus sistemas políticos, administrativos, partidários e eleitorais, que devem ser alterados e implementados sob as exigências, entre outras, do financiamento público das campanhas, proibição, pelos candidatos, de gastos próprios, extinção do fundo partidário, organização e efetivação das eleições sob a responsabilidade da Justiça Eleitoral, inclusive no fornecimento de infraestrutura grátis e em igualdade para todos os candidatos.
Enquanto não se reformarem os atuais sistemas, democratizando-os e possibilitando a quem não possui recursos e não quer se comprometer com financiadores a disputar os pleitos eleitorais, não se terá, no Brasil e em qualquer país, candidatos moralmente idealistas e efetivamente competentes. Sem tais reformas não há como evitar o que Vinícius Torres Freire (Folha de S. Paulo, 13 de junho último) define como lideranças “mesquinhas, mefíticas, incapazes ou irresponsáveis”.
Outra regra consiste na orientação a se imprimir a toda a concentracionária, excludente (internamente) e subserviente (externamente) organização econômica do Brasil e do continente latino-americano, fazendo-a atender, internamente, em primeiro lugar e antes de tudo, às necessidades do povo com tributação adequada, justa e equilibrada, disciplinamento racional do comércio para impedir a ação dos intermediários e atravessadores, etc.
O relacionamento externo, igualmente, e não poderia ser diferente, deve se submeter às necessidades e interesses apenas do povo, sem a submissão aos ditames e interesses do capital estrangeiro (as “aves de rapina” da carta de Getúlio Vargas), dando ao Brasil e demais países a independência econômico-financeira que nunca tiveram. Por isso, não progridem e nem desenvolvem suas imensas possibilidades.
Mas, para implementar essas medidas, só políticos eleitos conforme as reformas acima preconizadas.
Fora disso, é malhar em ferro frio ou enxugar gelo.
(*) Advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, história do Brasil e regional