SAÚDE

Diabetes: uma doença silenciosa

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 20/11/2021 às 19:43Atualizado em 18/12/2022 às 17:00
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Foto/Arquivo

Poucas coisas no mundo podem ser tão fatais quanto a subnotificação do diabetes. As pessoas que não sabem que têm diabetes – e que, portanto, não estão sob cuidados adequados – estão mais sujeitas aos riscos e complicações da doença, o que eleva, ainda mais, a gravidade dos casos. Por que isso acontece? O Jornal da Manhã conversou com a endocrinologista Elisabete Mantovani Resende (à esq.) para buscar as respostas.

Como os sintomas do diabetes, muitas vezes, demoram a se manifestar ou a ser percebidos pelos pacientes (apesar de estarem lá), o diabetes é considerado uma “doença silenciosa”. Desta forma, a atenção à prevenção deve ser redobrada.

“Se diabetes doesse, cuidaríamos melhor. É uma doença silenciosa, você não percebe. A glicose alta vai machucando as células e causando bolinhas de gorduras, o que causa inchaço e leva ao AVC. Quando acontece nos olhos, pode chegar até a cegueira. No rim, você tem alterações por causa da urina acelerada. O diabetes afeta o corpo inteiro, coração, rim, estômago, intestino e pode até gerar impotência. Nós precisamos cuidar. Por ser silencioso, leva a complicações crônicas sem que se perceba, então temos que tomar bastante cuidado”, explicou Elisabete.

O diabetes é, também, uma doença metabólica, pois seu desenvolvimento está relacionado à forma com que o corpo humano metaboliza (ou transforma) os alimentos ingeridos em energia para se manter em funcionamento. A doença é caracterizada por altos níveis de glicose no sangue, também chamados de hiperglicemia, que podem causar sérios problemas de saúde em diferentes vasos e órgãos do corpo.

Já se sabe que há fatores genéticos envolvidos no desenvolvimento do diabetes, mas a doença não é exclusivamente genética. Na maioria dos casos, é preciso que haja uma interação de fatores (genéticos e ambientais) para que o diabetes se desenvolva. Entre os fatores ambientais predominantes está o excesso de peso/obesidade; alimentação excessivamente rica em açúcares e gorduras e falta de atividades físicas.

Em relação ao tratamento da doença, Elisabete Resende admite que a tecnologia evoluiu a ponto de dar um certo alívio aos médicos, mas o grande problema é a inacessibilidade aos recursos. 

“Hoje é gostoso tratar diabetes, porque a tecnologia melhorou muito. Eu sempre gosto de colocar o aparelhinho no braço dos meus pacientes para eles se conhecerem. Neste ano, comemoramos 100 anos da insulina. A insulina começou a salvar, a partir do século passado, e vem só melhorando. As drogas orais são excelentes, melhoram o AVC, não deixam infartar. Pena que não conseguimos passar isso para todos, porque o custo é um pouco maior, mas acredito que, daqui um tempo, tudo isso estará no SUS”, declara a endocrinologista, em um teor otimista.

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