SAÚDE

Infectologista critica falta de alinhamento no Ministério da Saúde: "A desinformação é um desserviço"

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 17/09/2021 às 20:48Atualizado em 19/12/2022 às 01:51
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Normativas confusas, orientações infundadas e comunicação precária do Ministério da Saúde são alguns dos motivos que interferem diretamente no processo de imunização contra a covid-19 no Brasil, segundo a infectologista Cristina Hueb Barata. Em entrevista à Rádio JM nesta sexta-feira (17), a médica criticou as inconsistências do Governo Federal nas recomendações sobre a vacinação de adolescentes contra o coronavírus.

O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica, na quarta-feira (15), recomendando que não haja vacinação em adolescentes sem comorbidades. A nova orientação revisa uma diretriz anterior da pasta e restringe a imunização a "adolescentes de 12 a 17 anos que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização pela Anvisa do uso da Vacina Cominarty (Pfizer/Biontech)". 

Para Cristina, há um sentimento de insegurança que impede a adesão dos pais ao processo de vacinação dos filhos. Este panorama é ainda intensificado com a maleabilidade das informações divulgadas e assinadas pelo MinSaúde. A médica afirma que o momento de dúvidas é ultrapassado, e exige melhor comunicação da pasta federal.

“Esse “vai e vem” das justificativas do Ministério coloca a população mais confusa, desacredita o programa de vacinação e as pessoas passam a ter dúvida se vão ou não vacinar. Então, a desinformação é um desserviço. A essa altura do campeonato, a gente não pode mais trabalhar dessa maneira. Que pai e mãe vão sentir tranquilidade? Seu filho é um grupo de pouco risco, a chance dele pegar e ter forma leve é pequena, complicação é 1 em cada milhão, mas aí [com as notas do Ministério] começam os pais a não levarem”, declara Cristina Barata.

Além disso, ao contrário da determinação do Ministério, a infectologista defende a aplicação das segundas doses no público que já recebeu a primeira. Não somente, ela acredita que está na hora de estudar com mais afinco a combinação de doses de fabricantes diferentes, já que a escassez de algumas marcas é uma realidade no Brasil.

Em Uberaba, inclusive, o Governo Municipal suspendeu a vacinação em 2ª dose da AstraZeneca, em razão do baixo nível de doses em estoque. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ainda aguarda o envio de novas remessas na semana que vem, para dar continuidade ao processo.

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