SAÚDE

O maior erro para sair do sedentarismo na pandemia é procurar treino na internet, diz educador físico

Rafaella Massa
Publicado em 10/04/2021 às 12:12Atualizado em 19/12/2022 às 03:56
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Foto/Arquivo

Rafael Gomes é educador físico e orienta a prática de exercícios 

O sedentarismo é uma das causas de doenças graves, como diabetes tipo 2, pressão alta, AVC e infarto. Além disso, é fator que desencadeia problemas cotidianos, como insônia, falta de ar, menor disposição, problemas articulares e de circulação do sangue. A ausência total da prática de qualquer exercício físico regular acarreta redução do gasto calórico – uma pessoa sedentária gasta menos de 2.200 calorias por dia.

Com o advento da pandemia e o fechamento de academias, impossibilidade de poder sair de casa, o incentivo a não fazer exercício nenhum aumentou, e muito. A tentação de ficar na cama, comendo junk food por delivery e assistindo a séries, é quase irresistível, mas muito prejudicial. Quanto menos exercício, menos músculos, e, a partir de 72 horas sem ser estimulados, eles começam a perder resistência e força. “Ocorre a atrofia muscular, que é a perda de massa muscular”, afirma o profissional de Educação Física, Rafael Gomes.

Também acontece a perda de massa óssea, gerando fragilidade nos ossos e sobrecargas articulares. “A musculatura é protetora das articulações, impedindo qualquer tipo de lesão. Tanto que, em processo de reabilitação de algumas patologias ou cirurgias em algum segmento articular, recomenda-se a musculação para fortalecimento da musculatura e proteção das articulações, impedindo impactos gerados no cotidian correr, saltar, agachar, etc. É muito comum em idosos ocorrer a sarcopenia, que é todo esse processo de perda de massa muscular e massa óssea”, explica Rafael.

Se a dor que fica após a atividade física é um desconforto, os problemas do sedentarismo vão muito além. Rafael explica que sentir uma dorzinha depois de se exercitar é normal e recebe o nome de hipertrofia. “É um conjunto de fatores que leva ao aumento da massa muscular”, orienta.

Um desses fatores é o exercício resistido, também conhecido como musculação. Ele só recebe alterações fisiológicas através de treinamentos. “A dor pós-treinamento é uma dor muscular tardia. Acontece porque, após a musculação, ocorrem microlesões musculares. As membranas dos músculos se rompem, dando um processo inflamatório, que é um alerta do organismo avisando sobre as microlesões. Também é decorrente do alongamento acentuado das fibras musculares”, esclarece o educador físico.

Rafael Gomes aconselha que, mesmo durante a pandemia, o cuidado com o corpo seja mantido, mas o acompanhamento profissional é fundamental. Assim, ele orienta a busca por treinos personalizados, mesmo que prescritos a distância, como de forma online, com plataformas virtuais. “O maior erro cometido nesse momento de pandemia são os praticantes de exercícios procurarem treinos prontos na internet. Isso faz com que os praticantes não obtenham resultados, podendo, assim, sofrer lesões futuramente. O exercício físico é prescrito através da individualidade biológica de cada um e, também, com a mesma importância, o princípio da especificidade. Resumindo essas duas nomenclaturas: nenhum treino é igual para outra pessoa, cada uma precisa de um treino personalizado e individualizado”, finaliza.

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