Por ano, 40% dos idosos com mais de 80 anos são vítimas de queda

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O ortopedista e traumatologista Paulo Augusto Fontes explica que alguns cuidados são essenciais à prevenção de quedas, como eliminar obstáculos em casa

Um dos principais acidentes entre os idosos são as quedas. Estima-se que no Brasil, o acidente ocorre para um em cada três pessoas com mais de 65 anos. Dados do Ministério da Saúde mostram que pelo menos 5% dos que já caíram sofreram algum tipo de fratura ou precisaram ser internados. Dentre os mais idosos, com mais de 80 anos – 40% caem, a cada ano.

É por isso que discutir a prevenção é importante. O médico ortopedista e traumatologista Paulo Augusto Fontes explica que é preciso estar atento com a rotina do idoso e aos detalhes. “O uso de escadas deve ser sempre acompanhado, retirar tapetes que podem escorregar, optar por camas mais altas. Nos banheiros, é importante ter barras de proteção e apoio nas paredes e cadeiras de rodas mais altas para utilizar o vaso sanitário. Escolher calçados emborrachados, que não oferecem risco de escorregar e dão maior estabilidade. Outro cuidado é com pisos escorregadios e molhados. O importante é ter sempre alguém responsável pelo idoso”, destaca.

Algumas quedas podem ser fatais para a população mais velha, principalmente os traumas cervicais, de pescoço, cabeça e crânio. A fratura de colo de fêmur, por exemplo, é um dos traumas que aumentam o risco de morte. “A cada três pacientes que têm esse tipo de fratura, 50% podem ir a óbito no primeiro mês. Pela idade avançada, os pacientes correm risco durante a cirurgia, muitos ficam acamados e mais suscetíveis à infecção urinária e pneumonia, por exemplo”, acrescenta.

Segundo uma expectativa do IBGE, até 2042 a população brasileira deve atingir 232,5 milhões de habitantes, deste total, quase 25% serão idosos. Em 2031, o número de idosos (43,2 milhões) vai superar pela primeira vez o número de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos (42,3 milhões).

Ortopedistas afirmam que, com o envelhecimento, perde-se aproximadamente de 25% a 40% da fibra muscular, isso se agrava ainda mais pela falta de exercício físico. “A gente sabe que infelizmente grande parte da nossa população não realiza atividade física. Então, ter um fisioterapeuta ou um fisiatra acompanhando o paciente, a fim de melhorar o nível de musculatura, possibilitará o fortalecimento e consequentemente diminuirá a perda natural de força”, explica Fontes.

O médico reforça ainda que além de exercícios, os idosos devem ter um acompanhamento nutricional. “É preciso aliar à atividade física, uma boa alimentação rica em proteínas, associada a medicações e polivitamínicos que devem ser prescritos por um especialista”, complementa.