SAÚDE

Procura por procedimentos estéticos aumenta durante a pandemia

Segundo o cirurgião-plástico Adriano Peduti, procedimentos no rosto, como rinoplastia e pálpebras, estão entre as mais pedidas nos últimos meses

Luiz Henrique Cruvinel
Publicado em 29/11/2020 às 20:16Atualizado em 18/12/2022 às 11:04
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Na avaliação do cirurgião-plástico Adriano Peduti, estar em home office é um dos fatores que favorecem a procura por procedimentos, uma vez que facilita a recuperação (Foto/Arquivo Pessoal)

As restrições sanitárias causadas pela pandemia do coronavírus redefiniram as formas de comunicação e transformaram o ambiente pessoal em salas de reuniões e encontros virtuais. O aumento do tempo em casa e o contato direto com a própria imagem foram desafios enfrentados pela população e são dois dos principais pontos para o aumento da procura por procedimentos estéticos no período de distanciamento.

De acordo com o cirurgião-plástico Adriano Peduti, houve uma demanda reprimida de procedimentos cirúrgicos, já que grande parte da população esteve em home office. “Tivemos que interromper as cirurgias eletivas no final de março e fomos liberados para retomá-las apenas em julho. Em função dessa enorme demanda reprimida, os meses subsequentes apresentaram aumento expressivo no número de cirurgias”, explica.

Além disso, segundo Peduti, o tempo em casa facilita o processo de recuperação, o que pode ser atrativo para a maioria das pessoas. “Outro motivo que acredito ter aquecido o mercado das cirurgias estéticas no momento atual é a diminuição das viagens que acabam sendo concorrentes diretos ao nosso segmento”, conclui.

Os procedimentos mais procurados, de acordo com o cirurgião-plástico, foram cirurgias nas mamas, no abdômen e lipoaspiração. Mas percebeu o aumento significativo na procura por rinoplastias (cirurgia no nariz) e, sobretudo, na cirurgia das pálpebras, “que é resultado do uso das máscaras, que acabam evidenciando o olhar das pessoas, e o envelhecimento no local fica mais aparente”.

Desta forma, a procura por procedimentos estéticos tem ligação direta com a forma que as pessoas lidam com as restrições sociais. Segundo o psiquiatra Fauze Saladah Fakhouri, o confinamento dentro de casa faz com que as pessoas tenham mais contato consigo mesmas, além de facilitar os comparativos com outras pessoas.

“Já que a face é a primeira parte do corpo que aparece nas videochamadas, as pessoas começaram a dar mais atenção à estética facial. Isso levou a uma procura muito grande de procedimentos. Acredito também que a angústia causada pelo isolamento, pela falta de contato social, tem diminuído a autoestima das pessoas, e isso tem contribuído para que elas procurassem mais procedimentos estéticos para tentar aliviar a baixa autoestima”, avalia o psiquiatra.

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