SAÚDE

Vacina Covid-19: Laboratórios estão otimistas, mas ressaltam dificuldades de distribuição em massa

Publicado em 29/05/2020 às 20:56Atualizado em 18/12/2022 às 06:44
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A corrida por uma vacina contra a Covid-19 movimenta laboratórios em todo o globo terrestre e enche a população de expectativas. Mas a grande questão é, quando ficará pronta? Os executivos da indústria farmacêutica são otimistas, mas alertam que há inúmeros desafios de produção e posteriormente de distribuição em massa.

Dez laboratórios alcançaram a fase de testes em humanos até o momento. "A esperança de muitas pessoas é que consigamos uma vacina, talvez várias, até o fim do ano", disse o diretor-geral da AstraZeneca, Pascal Soriot, em uma entrevista coletiva virtual na quinta-feira (29). A empresa britânica está associada à Universidade de Oxford para a produção e a distribuição da próxima vacina no mundo todo.

Albert Bourla, diretor da Pfizer, que organiza testes clínicos com a empresa alemã Biontech, também acredita em que será possível obter uma vacina antes de 2021. "Se tudo correr bem, e os astros se alinharem, teremos testes suficientes de segurança e eficácia para poder ter uma vacina até o fim de outubro", declarou.

Vários anos são necessários para colocar uma vacina no mercado, mas, diante da pandemia de Covid-19, as vacinas experimentais consideradas seguras e eficazes poderão ser lançadas em prazos recordes.

A Federação Internacional da Indústria de Medicamentos (IFPMA) adverte, no entanto, que a produção e a distribuição de vacinas enfrentam desafios "gigantescos". Um deles, paradoxalmente, é que os índices de transmissão do vírus registrem uma queda rápida na Europa, onde acontecem vários testes médicos.

Estes índices serão muito frágeis para constatar seus efeitos em um meio natural, preocupa-se Soriot, ao destacar que os estudos, nos quais os voluntários se expõem intencionalmente ao vírus para medir a eficácia de uma vacina, não são eticamente aceitáveis no caso da Covid-19.

O mundo vai precisar de duas doses de vacina por pessoa, ou seja, 15 bilhões, de acordo com algumas estimativas, um verdadeiro quebra-cabeças logístico, recorda o diretor da IFPMA, Thomas Cueni.

A indústria farmacêutica se comprometeu a garantir uma distribuição equitativa das vacinas validadas, mas "não teremos as quantidades necessárias no primeiro dia, mesmo trabalhando de maneira extra", admite Cueni.

Quando a vacina estiver disponível, terá de ser colocada em pequenos frascos de vidro. A AstraZeneca e outros grupos estudam a possibilidade de armazenar várias doses por recipiente.

Paul Stoffels, número dois e diretor científico da Johnson & Johnson, afirma que, caso 15 bilhões de doses sejam necessárias, várias vacinas devem ser autorizadas para suprir a demanda inicial.

"Todas as vacinas podem não ser adequadas para todos, com base em suas características", destacou. Em particular, porque algumas vacinas precisam ser armazenadas com temperaturas muito reduzidas, o que não é possível em todas as regiões.

*Com informações Estado de Minas

 

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