SAÚDE

Levantamento aponta aumento de 800% em mortes causadas por Síndrome Respiratória em MG

Publicado em 25/05/2020 às 22:05Atualizado em 18/12/2022 às 06:36
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A subnotificação de casos e mortes de Covid-19 no país e em Minas Gerais preocupam o meio acadêmico e clínico. Um levantamento feito pelo jornal Estado de Minas sobre dados do Ministério da Saúde (MS) e Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) mostrou que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) teve uma alta de mais de 600% em casos e mais de 800% de mortes.

Foram 8.099 doentes neste ano contra 1.024 do mesmo período do ano passado, uma alta de 691%. As mortes saltaram de 116 para 1.088, um aumento de 838% durante a pandemia.

Contudo, entraram na testagem para a Covid-19 apenas 3.139 (38,7%) doentes e 307 (28,2%) mortos com esse quadro, segundo o Ministério da Saúde. Contudo, a SES-MG nega que haja subnotificação consistente e que cumpre a contento o que é preconizado pelo ministério. Dos 3139 casos de doentes com SRAG, 1.385 (44%) ainda aguardam um resultado segundo dados da última semana epidemiológica fechados no MS. Esse resultado coloca Minas Gerais como o 13º estado em diagnósticos não confirmados proporcionais aos realizados.

Uma pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia foi publicada com o título "Subnotificação de mortes pela Covid-19 no segundo estado mais populoso do Brasil" e destaca os mesmos números de mortes pela SRAG. Pelos levantamentos feitos sobre dados oficiais, os pesquisadores encontraram uma discrepância de 209,23% de números e evidenciam que um aumento de 648,61% de mortes pela SRAG no período analisado seja, na verdade, um efeito da Covid-19. O estudo também aponta um crescimento de 5,36% dos casos de pneumonia e 5,72% de insuficiência respiratória no estado, que seriam evidências claras de infecções pelo novo coronavírus ainda não diagnosticadas.

O desempenho mineiro é ainda pior quando se observa o número de mortos por SRAG testados ante os demais estados da federação. Com 72 diagnósticos pendentes, dos 307 testados com o quadro respiratório grave, um índice de 23,5% que faz o estado ocupar a 19ª posição em relação a testagens pendentes de resultados para óbitos.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) declarou que não sabe ainda o que levou à explosão de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e admite que podem se tratar de casos da COVID-19, mas a falta de testes mais uma vez se torna uma barreira.

A SES-MG destaca que diversas doenças respiratórias podem evoluir com quadro de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), “desde uma asma, bronquite, passando por uma pneumonia, tuberculose, intoxicação exógena, edema agudo de pulmão, câncer, além das gripes e do próprio coronavírus”. A secretaria afirma que os casos graves de SRAG, que tiverem indicações clínicas e epidemiológicas para coronavírus serão testados para a Covid-19.

A SES-MG informa ainda que o número de óbitos em Minas Gerais é “relativamente pequeno, em relação a uma pandemia tão grande e o sistema de saúde em Minas está preparado. É necessário compreender também as dificuldades para se realizar a testagem das pessoas diante de um cenário que é de escassez no mundo inteiro”.

*Com informações Estado de Minas

 

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