SAÚDE

Mortes por Covid-19 superam óbitos por infarto e também ultrapassa previsão de novos casos de câncer

Publicado em 22/05/2020 às 20:12Atualizado em 18/12/2022 às 06:31
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O número de mortes por Covid-19 no Brasil, registrado na quinta-feira (21), foi capaz de superar a média de mortes por infarto do miocárdio, que causa mais comum de óbitos no país. O comparativo foi feito entre a Covid-19, levando em consideração os dias desde a primeira morte, com o mesmo período da causa de infarto do miocárdio. Em 2018 matou o infarto do miocárdio matou em média, 16.866 pessoas em 66 dias, segundo dados do Data SUS. Enquanto isto, a Covid-19 ceifou 20.047 vidas, desde o dia 16 de março deste ano.

O alto número de mortes em decorrência da infecção pelo novo coronavírus também assusta quando comparado ao de outras doenças com índice elevado de fatalidade. Os dois tipos de câncer que mais matam no país, o de traqueia, brônquios e pulmões e o de mama, tiraram a vida de 46.483 pessoas em 2018, o que representa uma média de 8.405 mortes em 66 dias, também conforme os dados do Data SUS.

O presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia, Henrique Patrus, ainda destaca o fator de risco que o coronavírus gera aos pacientes cardiopatas, tanto no aspecto interno quanto no de tratamento. “Além de termos as complicações que acometem pacientes com cardiopatias, há a tendência de abandono de tratamento ou falta de atendimento médico para essas pessoas, que muitas vezes, sabendo do risco que correm, deixam de ir a hospitais ou clínicas e até de tomar os medicamentos”, destaca.

Além das mortes, o número de casos confirmados da doença no país ultrapassa 310 mil nesta quinta-feira. O número é pouco menos da metade da expectativa de novos casos de câncer previstos para o ano todo, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que estima que 685.960 brasileiros serão diagnosticados com a doença em 2020.

Para o diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica em Minas Gerais (SBOC-MG), Gustavo Baumgratz, os números de mortes pela Covid-19 evidenciam a gravidade da doença, mas ele pondera que existe uma diferença entre ela e o câncer. “A Covid-19 é uma epidemia, uma doença infecciosa, que se espalha rápido e não tem o fator crônico do câncer, mas o que esperamos de uma epidemia é que haja tratamento ou vacina, o que ainda não há para o novo coronavírus e torna o número de mortes tão considerável”, relata.

A Covid-19 ainda supera números anuais de casos de outras doenças infecciosas, como HIV/Aids e tuberculose. Em 2019, 73.864 novos casos de tuberculose foram registrados, enquanto, em 2018, 43,9 mil novas infecções por HIV entraram nos dados do Ministério da Saúde.

*Com informações O Tempo

 

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