Infectologista Rodrigo Molina explica que, sem o isolamento, casos aumentarão muito, extrapolando a capacidade de atendimento no SUS
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Infectologista Rodrigo Molina explica que, sem o isolamento, casos aumentarão muito, extrapolando a capacidade de atendimento no SUS
Na semana em que se completa um mês da primeira confirmação de contaminação pelo novo coronavírus em Minas Gerais, o Estado também registra um crescimento de 50% no casos da COVID-19. O infectologista Rodrigo Molina, em entrevista à Rádio JM, lembra que estamos na fase do pico da doença e que até mesmo em cidades do interior como Uberaba já possível perceber o aumento no número de casos.
“Nós estamos na fase de aumento de casos. Mesmo em Uberaba já observamos que os números mais que dobraram. No começo eram dois ou três casos. Agora já estamos com 13 casos confirmados e ainda temos casos em investigação, mas infelizmente não conseguimos testar todas as suspeitas, por conta da precariedade que temos no Sistema Unificado de Saúde (SUS). Então ainda é o momento que as pessoas se resguardem e fiquem em casa”, destaca o infectologista.
Questionado sobre o risco das transmissões locais, o médico afirma que elas aumentam a atenção das autoridades sanitárias, tendo em vista a fragilidade do sistema de saúde.
“Enquanto tínhamos somente casos que eram de pessoas que tinham ido para algum lugar, adquirido a infecção e vindo para Uberaba e permanecendo só nelas, a gente tinha uma circulação mais tranquila. A partir do momento que temos pessoas que não se expuseram em viagens, não foram em outros locais e adquiriram em Uberaba, percebemos que vírus está circulando já por aqui com maior facilidade. Isso deixa as autoridades sanitárias e os médicos com um pouco mais de atenção para que se faça o isolamento e os vírus pare a circulação, e não tenhamos mais casos. Quando começam os casos comunitários, há o risco de perder o controle sobre o doença e não termos condições de atendimento para todos”, alerta.
Sobre as medicações em teste para a cura da doença, o médico ressalta que cientificamente ainda não existe nada. “O problema de vírus é que ele é altamente infectível. As chances de ele passar para outras pessoas é muito grande e o tratamento ainda é o isolamento, porque muitos casos serão assintomáticos, mas continuarão a transmitir para as pessoas e os mais velhos podem ser os mais afetados”, destaca.
Ele ainda ressalta e conclui “Nós temos algumas, que são totalmente diferentes, que começaram o uso delas em outros países, mas ainda não há nada comprovado. Se forem usadas, elas não destroem o vírus, têm a função de controlar o quadro imunológico para ele eliminar sozinho o vírus. Mas isso não é comprovado e não sabemos qual o melhor momento de administrar. Então tudo que se fala sobre hidroxicloroquina e da cloroquina ainda é baseado em pequenos relatos e poucos estudos, que eles não estão comprovados, e todo mundo que utiliza faz isso como pesquisa”.