SAÚDE

Brasil se prepara para pico da pandemia de Covid-19

Pesquisadores não têm consenso sobre uma data específica, mas a curva de infecção deve acelerar nos próximos dias

Publicado em 05/04/2020 às 19:33Atualizado em 18/12/2022 às 05:27
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Pesquisadores da Fiocruz estimam que o pico da epidemia do novo coronavírus no Brasil deve ocorrer entre 25 e 30 de abril. Por isso, as medidas de isolamento social devem ser intensificadas nestas próximas semanas.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, prevê que infecções por coronavírus deverão disparar no Brasil até junho, quando há perspectiva que haja uma desaceleração.

Fernando Bozza, um dos pesquisadores da Fiocruz e do Instituto D’Or, apoia o isolamento social como melhor forma de prevenção ao avanço da doença. “É agora que precisamos ter mais cuidad o único trunfo que temos agora é o isolamento. Se afrouxarmos essas medidas, não haverá leitos para todos. O pior ainda está por vir”, analisou ele ao jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo trabalho de análise da curva de infecção no Brasil assinado por 14 especialistas, “embora parte deste efeito possa se dever às medidas de contenção, ressalta-se que o Brasil apresenta duas dificuldades na mensuração do total de casos positivos identificados: ausência de uma política de testagem ampla e o atraso na obtenção dos resultados e notificações”.

O levantamento apontou ainda que “a primeira afirmação se deve ao fato de não haver testes suficientes para analisar a evolução da doença na população. Já a segunda se deve ao aumento da demanda por testes, associada à falta de recursos e mão de obra qualificada para efetuar uma análise rápida”.

O caso mais preocupante no país é o de São Paulo. Estudos apontam que, num cenário mais otimista, o colapso da rede de saúde aconteceria no dia 17 de junho. Para que esse cenário se concretize, é preciso que haja redução de 65% do contato social. Num cenário mais pessimista, com nenhuma intervenção para isolamento, o sistema de saúde entraria em colapso no dia 23 de abril. Qualquer data nesse interregno seria reflexo das medidas tomadas visando a contenção da proliferação do vírus.

IMUNIDADE DE REBANHO

A chamada “imunidade de rebanho” é aquela em que a população se torna imune a uma doença ou por vacinação ou por já ter sido contaminada com ela. Portanto, é uma proteção indireta. Na avaliação de pesquisadores, a medida levaria ao colapso do sistema de saúde no país antes que seus resultados positivos pudessem ser notados.

"Se a gente deixa tudo liberado, deixa infectar e fazemos essa imunidade de rebanho, o colapso vai ser muito maior e o sistema vai demorar muito mais tempo para se reerguer. A questão do colapso é qual o grau desse colapso", explica João Vissoci, que também integra a equipe do monitoramento e é Ph.D. em Psicologia Social pela PUC-SP e professor na Universidade Duke, nos Estados Unidos.

*Com informações do Estadão e Bem-Estar

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