Isolamento social vai gerar resultado a médio e longo prazo na contenção da Covid-19, diz infectologista

Infectologista Frederico Zago explica que quem defende a flexibilização do isolamento pode não compreender que essa é a única medida capaz de conter a ascensão de novos casos de Covid-19 (Foto/Arquivo)

Infectologista rebate pedido de flexibilização de decreto feito por alguns comerciantes e destaca que somente o isolamento pode frear a Covid-19, após reunião com o comitê técnico de enfrentamento ao coronavírus. Segundo o infectologista Frederico Zago, a decisão de manter o isolamento social é assertiva.

“Há uma discussão sobre a abertura parcial dos estabelecimentos comerciais e também das escolas, pela questão da crise financeira que abala Uberaba e todo Brasil. Enquanto infectologista, digo que ainda devemos insistir nas medidas de isolamento social. O ritmo de novos casos começa ter queda em alguns lugares por conta do isolamento social. Esse isolamento vai ter impacto sobre a doença a médio e longo prazo. Não vamos notar uma alteração a curto prazo”, explica o infectologista.

Para ele, quanto mais pessoas compreenderem os benefícios do isolamento, menos casos do Covid-19 a cidade terá. “A questão não é a diminuição do número final de casos, mas o pico de casos para que assim nós tenhamos no sistema de saúde condição de absorver os casos graves. Se houver um pico de casos graves hoje, o sistema nacional de saúde não tem como absorver esses casos graves. Lembrando que outras doenças existem e elas também vão exigir internações, como o H1N1, dengue e tantas outras existentes, e é por isso que termos que insistir nas medidas de isolamento social “, completa.

O médico ressalta que toda população está sentindo os efeitos do isolamento principalmente no bolso. “Ninguém está alheio ao caos financeiro que virá depois que passarmos pela Covid-19. Mas é melhor contabilizar as perdas financeiras do que as perdas humanas. O caos financeiro tem como ser revertido mesmo que a duras penas, mesmo que dure meses e até anos, porém uma vida que se perde não tem como se reverter mais. É claro que estamos falando de uma doença que acomete mais grupo de idosos e pessoas com doenças crônicas, mas os jovens também são afetados e assim devemos ainda insistir em medidas de isolamento, porque a ciência até agora comprovou que somente o isolamento pode frear a curva de ascensão de novos casos do coronavírus”, conclui.