SAÚDE

Coronavírus: baixa imunidade e problema cardíaco coloca portadores da síndrome de Down no grupo de risco

Carol Rodrigues
Publicado em 25/03/2020 às 18:59Atualizado em 18/12/2022 às 05:13
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Foto/Arquivo Pessoal

Josephine Marie Da Cunha Fish Cardoso é neuropediatra e professora universitária

Imunidade comprometida e anormalidade na formação do coração inserem os portadores de síndrome de Down no grupo de risco do novo coronavírus, segundo a neuropediatra e professora universitária Josephine Marie Da Cunha Fish Cardoso.

“Se o sistema imunológico não funciona perfeitamente, o organismo demorará mais para identificar a invasão e a pessoa ficará mais suscetível a uma infecção”, relaciona a médica com o coronavírus, que causa sintomas respiratórios, e com outros agentes patológicos. A médica ainda alerta que as infecções mais comuns de serem adquirida entre as crianças com a síndrome são as gastrointestinais e as respiratórias, devido a facilidade de transmissão.

No paciente com Down, a baixa imunidade é causada por alteração do timo, órgão de defesa primária do organismo. Com o passar do tempo, por volta dos 12 anos, outros órgãos do sistema imunológico passam a combater os invasores externos e a imunidade do portador da síndrome de Down aumenta, explica a médica. No entanto, a defesa ainda assim será inferior à de outra pessoa, pondera a neuropediatra.

Anormalidades no coração, associadas ao comprometimento do pulmão causado pela Covid-19, também impõem atenção especial ao paciente. Conforme a média, cerca de 40% dos pacientes com Down possuem alguma cardiopatia. A mais comum delas é Comunicação Interatrial (CIA), aponta Cardoso.

“Por causa de uma abertura, o sangue venoso - com pouco oxigênio - e o sangue arterial - que vem do pulmão - se misturam no coração. Isso faz com que o paciente tenha menos oxigênio circulando no corpo dele e as células funcionem abaixo do que seria esperado” explica ela.

Se a disfunção for grave, o bebê é submetido a cirurgia nos três ou quatro primeiros meses de idade, diz a médica. Em casos leves, a cirurgia pode ser adiada. Em outros, pode ser que a abertura feche naturalmente ou apenas acompanhada pelos médicos, segundo Cardoso.

Para evitar a contaminação com o novo coronavírus, a neuropediatra indica que o portador da síndrome de Down, além de lavar as mãos, lave o rosto e tome sol para estimular a imunidade. Ela também pede que pais higienizem os brinquedos da criança, já que elas podem levá-los facilmente à boca.

 

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