SAÚDE

Laboratório visa diminuir exposição de pacientes a raios-X e conta com uberabense na equipe

Pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos da USP propõe o uso de técnicas avançadas para diminuir em até 50% a exposição

Publicado em 27/02/2020 às 20:02Atualizado em 18/12/2022 às 04:34
Compartilhar

O uberabense Vinícius Paranaíba Campos participa de estudos científicos da Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Engenharia Elétrica pela USP de São Carlos, ele é integrante de um dos laboratórios da Universidade, em que são desenvolvidas pesquisas científicas, uma delas voltada para a redução da exposição de pacientes aos raios-X.

A informação foi repassada pela coluna Falando Sério do Jornal da Manhã. O projeto em curso visa reduzir o tempo de duração de exame com redução de custos, sem prejuízos do diagnóstico. Segundo o Jornal da USP, a tomossíntese é um método de diagnóstico da mama que utiliza raios-X para obter imagens tridimensionais e detectar tumores difíceis de serem descobertos por uma mamografia convencional.

Apesar da eficiência, a quantidade de radiação utilizada nos exames pode colocar em risco a saúde das pacientes. A fim de evitar esse problema, uma pesquisa da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP propõe o uso de técnicas avançadas de processamento de imagens em computador para diminuir em até 50% a exposição aos raios-X, sem prejudicar a precisão no diagnóstico. O novo método, atualmente em fase de testes, é descrito na tese de doutorado do engenheiro Lucas Rodrigues Borges, vencedora do Prêmio Tese Destaque USP 2019, na categoria Engenharias.

O engenheiro conta que o processo de aquisição das imagens de tomossíntese é muito semelhante à aquisição de uma imagem de mamografia convencional. “A paciente é posicionada pela técnica responsável e ocorre a compressão da mama. Em seguida, uma série de disparos é realizada. Após cada disparo, o tubo de raios-X se movimenta, permitindo a visualização de ângulos diferentes da mama”, relata. “Os raios-X formam projeções, que são então reconstruídas com o auxílio de um software, o que permite a visualização tridimensional do volume mamário, aumentando as chances de detecção de tumores difíceis de serem visualizados em uma mamografia convencional”.

Por ser um tipo de radiação ionizante, o uso de raio-X durante o exame resulta em uma pequena chance de desenvolvimento de um câncer induzido que não estava presente antes da realização do exame. “Isso acontece porque ao ser transmitido pela mama a radiação de raio-X pode causar dano às moléculas do DNA”, aponta Borges. “Ao mesmo tempo, quando a dose de radiação é reduzida, a imagem perde qualidade, o que dificulta a detecção e a caracterização das lesões mamárias pelos radiologistas”.

Para alcançar a qualidade obtida com os níveis de radiação atuais, a pesquisa propõe a utilização de ferramentas de filtragem, empregadas em conjunto com fórmulas matemáticas, para a melhoria da qualidade das imagens adquiridas em doses reduzidas. As ferramentas de filtragem foram desenvolvidas pelo grupo de pesquisa do professor Alessandro Foi, da Tampere University, na Finlândia.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por