SAÚDE

Brasil é o segundo em número de casos de hanseníase no mundo

Na última década, foram registrados cerca de 30 mil casos novos por ano no Brasil

Publicado em 25/01/2020 às 08:54Atualizado em 18/12/2022 às 03:47
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As pessoas ainda têm grande desconhecimento da hanseníase

O Brasil ocupa o segundo lugar mundial em número de casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que em 2017, enquanto o Brasil teve 26.875 casos, a Índia teve 126.164. Na última década, foram registrados cerca de 30 mil casos novos por ano no Brasil.

O pico da doença no território brasileiro foi observado em 2003, com 51.941 casos. Por isso, em 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro e consolidou a cor roxa para campanhas educativas sobre a doença no país.

A coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Sandra Durães, disse na quinta-feira (23) que a hanseníase é uma doença que acomete as populações negligenciadas, com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta. Embora o Brasil esteja entre as maiores potências econômicas, ainda apresenta grandes desigualdades e muitos bolsões de pobreza em áreas periféricas. “Isso também se demonstra pela incidência desigual no país”. O maior número de casos ocorre nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, enquanto o Sudeste e o Sul ocupam o quarto e o quinto lugares, respectivamente.

Sandra Durães explicou que a hanseníase não afeta somente populações vulneráveis. Pessoas de níveis econômicos elevados também estão sujeitas a ter a doença. “Mas a maioria ocorre em populações de nível socioeconômico mais baixo”.

“A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae) que apresenta características peculiares”, afirmou a médica. Uma delas é que todos os brasileiros, por morarem em um país endêmico, têm contato com ela ao longo da vida.

A hanseníase é passada de uma pessoa que tenha uma forma transmissível da doença, e não esteja em tratamento, para outra. “Essa doença é passada pela via respiratória e não tem a ver com higiene”, esclareceu a médica.

As pessoas ainda têm grande desconhecimento da hanseníase, também conhecida como lepra. Daí o Ministério da Saúde promoveu a campanha Janeiro Roxo para chamar a atenção da população para o problema e informar que hoje o tratamento é supereficaz.

Sandra Durães assegurou que, a partir do momento em que a pessoa inicia o tratamento, tomando a primeira dose do antibiótico, ela praticamente deixa de ser contagiante.

O tratamento é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o território nacional.

A campanha Janeiro Roxo se estenderá até o final do mês, com ações educativas e divulgação, pela mídia, dos sinais e sintomas da hanseníase que ainda são parcialmente desconhecidos por grande parte da população. O primeiro mês do ano é dedicado à conscientização, ao combate e à prevenção da hanseníase.  

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