SAÚDE

Novo exame de próstata desenvolvido na UFU será lançado em dezembro

O novo exame é chamado de biópsia líquida, pois se analisa o sangue do paciente

Publicado em 18/11/2019 às 18:42Atualizado em 18/12/2022 às 02:03
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Foto/Marco Cavalcanti

O sangue de pacientes com câncer de próstata passa pela centrífuga (à esquerda) e pelo citômetro de fluxo (à direita) e é analisado pela doutoranda Esther Campos Fernandez, do Programa de Pós-Graduação em Genética e Bioquímica

Pesquisadores do Laboratório de Nanobiotecnologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) se preparam para lançar uma nova forma de diagnóstico do câncer de próstata. A expectativa é que o novo exame á esteja no mercado no próximo mês. “Em dezembro, ele vai ser implantado em um laboratório privado, como pesquisa de validação de estágio final clínico, e provavelmente em abril ou maio [de 2020] ele será lançado no mercado definitivo nacional, e no internacional a partir de junho ou julho”, explica o professor Luiz Ricardo Goulart Filho, do Instituto de Biotecnologia (Ictec/UFU). Ele também já solicitou o registro de patente brasileira, americana e europeia.

O novo exame é chamado de biópsia líquida, pois se analisa o sangue do paciente. No laboratório, esse sangue passa por duas máquinas: uma centrífuga, que separa as suas partes, e um citômetro de fluxo, que conta e classifica essas partes. Assim, é possível observar a presença de células normais, que se desprendem dos órgãos no processo natural de renovação, e também a presença (ou não) de células tumorais. O resultado sai em menos de três horas, com uma precisão de 96% a 97% e a um custo aproximado de R$ 100 por paciente.

A pesquisa foi financiada por meio de uma parceria público-privada, envolvendo recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) e da empresa privada BioGenetics, de Uberlândia.

Essa empresa começará a implantar o exame a partir de dezembro, mas Goulart espera que a tecnologia também chegue ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Depende de política pública. A gente tem que apresentar para o governo qual é o impacto econômico. Vai ter um impacto em termos cirúrgicos e de números de biópsias. Mais de 75% dos homens vão pra mesa cirúrgica fazer biópsia desnecessariamente”, afirma.

Manter um laboratório como o de Nanobiotecnologia da UFU, que funciona há 30 anos, custa aproximadamente R$ 1,5 milhão por ano, sem considerar as bolsas dos pesquisadores, de acordo com Goulart. São 102 cientistas: 60 usuários permanentes e 42 que vêm de outras instituições. “É uma infraestrutura muito forte e muito cara. Para manter, precisa de muito investimento. Hoje, graças às empresas privadas que financiam aqui é que eu tenho condições de dar manutenção, senão, eu não teria, porque o governo não tem condições de dar manutenção para um laboratório desse porte”, analisa o professor. 

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