Guardar sentimentos pode aumentar riscos de derrame

Estudo aponta que, mesmo comendo corretamente e se exercitando regularmente, se você guardar para si sentimentos não estará fazendo nenhum favor ao seu coração e cérebro

Para reduzir os riscos de um acidente vascular cerebral (AVC), algumas medidas são boas estratégias: se exercitar e controlar a alimentação são algumas delas. Mas não é só isso. Outra tática está sendo sugerida aos hábitos saudáveis para reforçar a prevenção – não guardar sentimentos.

Estudo apresentado recentemente durante a reunião anual da North American Menopause Society aponta que quanto mais as mulheres silenciam seus sentimentos como uma maneira de manter a paz nos relacionamentos, maior o risco de acúmulo de placa carotídea. E esse é o perig a artéria carótida entrega sangue ao cérebro, portanto, um acúmulo de placas pode restringir ou até interromper esse fluxo sanguíneo, resultando em um potencial derrame. As placas são pedaços de detritos celulares, cálcio, colesterol e tecido fibroso.

A pesquisa contou com 304 mulheres entre 40 e 60 anos, não fumantes, tanto na menopausa quanto na pós-menopausa. Elas responderam a perguntas sobre como se expressavam em relacionamentos íntimos. Além disso, as mulheres também forneceram histórico médico e foram submetidas a ultrassom de suas artérias carótidas, além de serem analisados também seus lipídios e pressão arterial para que fosse determinada a saúde cardiovascular.

Guardar sentimentos e emoções negativas estava relacionado ao aumento do risco de acúmulo de placas, segundo a principal autora do estudo, Karen Jakubowski, da University of Pittsburgh, nos Estados Unidos.

Jakubowski explicou à revista Runner’s World US que pesquisas anteriores descobriram que guardar sentimentos sobre depressão e raiva pode estar ligado ao sono ruim, devido à ansiedade sobre os relacionamentos. Assim, manter tudo dentro de si o estressa. E o estresse é muito ruim para o corpo, sobretudo se mantiver você acordado por causa disso.

“Os problemas do sono também têm sido associados ao desenvolvimento da placa carotídea”, bem como doenças cardiovasculares em geral, afirma a especialista. Por exemplo, um estudo relatou que as paredes das artérias carótidas tendem a ser mais espessas em pessoas com apneia do sono.

“A principal mensagem passada é que a expressão emocional das mulheres em seus relacionamentos íntimos pode desempenhar um papel em sua saúde física geral”, disse Jakubowski. “Os médicos podem ajudar as mulheres a expressar seus sentimentos e necessidades em seus relacionamentos. Além de auxiliá-las a encontrar relacionamentos que permitam a expressão”.

Embora o estudo não tenha examinado homens, outras pesquisas vincularam o estresse, sobretudo aliado a emoções como raiva, a um maior risco de problemas cardiovasculares.

*Com informações da Runner’s World