SAÚDE

Já olhou o sol hoje? Confira quais os benefícios dessa estrela

Larissa Prata Ciabotti
Publicado em 30/12/2020 às 19:41Atualizado em 19/12/2022 às 05:26
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Fotos/Reprodução

Mesmo sendo “apenas” mais uma das incontáveis estrelas da via láctea, o sol é essencial à vida na Terra, além de ter importância incontestável nos demais planetas do sistema solar. Sua importância é tão imensa e essencial que ao longo da história humana o Sol foi adorado como o Deus primordial de vários povos.

Crenças à parte, a luz emitida pelo nosso astro-rei é responsável por ativar a vitamina D necessária para a nossa saúde, além de tantas outras funções que tornam possíveis a vida das pessoas, dos animais, das plantas e de micro-organismos. O sol está localizado a uma distância de 150 milhões de quilômetros do nosso planeta e se resolvesse simplesmente “apagar”, demoraríamos 8 minutos para perceber, pois esse é o tempo entre a emissão de luz e a sua chegada em nossa superfície.

Mas o que é o Sol, afinal? A ciência explica seu surgimento há cerca de 4,6 bilhões de anos e há uma grande gama de cientistas que acreditam que o Sol e o resto do sistema solar se formaram a partir de uma nuvem rotativa de gás e poeira gigante conhecida como a nebulosa solar. Quando essa nebulosa entrou em colapso devido à sua gravidade, ela passou a girar muito rápido até ficar achatada feito um disco. Foi quando a maior parte do seu material foi puxada para o centro para formar o Sol. E assim o Astro-Rei surgiu. Mas por quanto tempo ele pode reinar?

Parece impossível, mas o Sol é finito. Ele tem, atualmente, cerca de 4,5 mil milhões anos e já consumiu aproximadamente metade do hidrogênio presente no seu núcleo. Acredita-se que ele continuará a queimar seu hidrogênio por mais outros tantos milhões de anos até que o hélio se torne sua fonte primária de combustível. O Sol terá uma dimensão cerca de 100 vezes maior ao tamanho atual, absorvendo a Terra e outros planetas. Ele brilhará como um gigante vermelho durante outros tantos mil milhões de anos e depois colapsará na forma de um anão branco, com uma dimensão idêntica à da Terra. Parece loucura, né? Mas não é.

A VITAMINA D

Em se tratando do caldeirão ardente que o Sol é, a sua parte externa e visível (a fotosfera) emana um calor entre 5.500 a 6 mil graus Celsius, enquanto as temperaturas no núcleo podem chegar a mais de 15 milhões de graus Celsius, sendo esse valor impulsionado por reações nucleares. Para fins de comparação, seria necessário explodir 100 bilhões de toneladas de dinamite por segundo para coincidir com a energia produzida pelo Sol, de acordo com os cálculos da NASA.

O calor emanado pelo sol é essencial para aquecer a Terra, favorecendo a temperatura ideal para que os seres vivos sejam, de fato, vivos. Além disso, a luz que irradia é a fonte primordial de energia no planeta, sendo responsável pelo crescimento de plantas pela fotossíntese, por exemplo, e a importância da flora para a vida humana é imensa, seja por alimento, efeitos medicinais, entre outros.

A Vitamina D é também chamada de “Vitamina do Sol” uma vez que sua produção na pele humana é uma resposta à luz solar. Claro que ela também pode ser obtida por intermédio de certos alimentos e suplementos, principalmente nos tempos atuais, em que muitos preferem se esconder do sol devido aos efeitos negativos da exposição à sua luz, inclusive o câncer de pele. Em contrapartida, a vitamina D ajuda na prevenção do diabetes e de certos tipos de câncer, como os de próstata, mama e melanoma.

A vitamina D tem vários benefícios importantes. A mais importante delas é regular a absorção e a fixação de cálcio e fósforo, facilitando a função normal do sistema imunológico. Além disso, a vitamina D na quantidade correta possibilita o crescimento normal e desenvolvimento de ossos e dentes, além de melhorar a resistência contra certas doenças. Quando a quantidade é insuficiente surgem anormalidades ósseas, como é o caso da osteoporose.

Os benefícios da vitamina D vão além. Pesquisas demonstraram que a vitamina D pode desempenhar um papel importante na regulação do humor e evitar a depressão, sendo importante aliado no tratamento de quem já lida com a doença, além de auxiliar funções metabólicas, musculares, cardíacas e neurológicas, que ajudam a manter os níveis de cálcio e fósforo no sangue, regulam o crescimento celular e protegem contra a hipertensão. Já o excesso pode danificar o rim por calcificação e formação de cálculos (pedras), além de reduzir sua função.

Para garantir os benefícios proporcionados pela luz solar sem colocar sua pele em risco, o ideal é que a exposição seja de 10 a 20 minutos diariamente ou a cada dois dias. O problema é que é justamente no horário mais danoso para a pele (entre 10h e 15h) que os raios UVB atingem a maior intensidade para que esse processo aconteça de forma mais eficaz. E então vem a dúvida cruel: passo protetor para me prevenir dos efeitos negativos ou me exponho para produzir vitamina D?

“Para sintetizar a vitamina D, é preciso que seja exposta ao sol uma área de 10 cm² da pele. Então, uma boa dica para obter um custo-benefício interessante é proteger áreas sensíveis como rosto, colo e mãos, deixando expostas outras como pernas ou braços durante uma caminhada ao ar livre”, indica a médica dermatologista Giovanna Prata.

“Hoje a gente já sabe, já é bem documentado que o uso de filtro solar não atrapalha a irradiação para a absorção para sintetizar a vitamina D, então pode usar o filtro sem problemas. Uma orientação que sempre passo aos pacientes é que, realmente, o horário mais danoso para a pele é também o horário que tem maior radiação. Então a dica é tomar sol em um local controlado em que seja possível monitorar, porque se aparecer alguma lesão suspeita o paciente vai ver. Se expuser as costas ao sol, por exemplo, não vai notar se aparecer uma lesão suspeita”, orienta.

ALIMENTANDO-SE DE LUZ

Praticamente tudo que é vivo na Terra depende da energia do sol para viver. Mesmo que eu e você não sejamos alimentados diretamente por ele, o que ingerimos, em sua grande maioria, vem do sol. Como?

Uma planta usa a energia fornecida pelo sol para impulsionar a fotossíntese e fornecer alimento para crescer. Como um subproduto, o oxigênio é liberado, que usamos como uma fonte de energia própria. Animais, como as vacas, comem as plantas como alimento e as convertem em energia, nutrientes, para que possam crescer. Aqueles de nós que não são vegetarianos comem as vacas. Este é o ciclo primário, de forma bastante simplificada para que nós, leigos, compreendamos.

Além disso, o Sol também fornece energia que permite que a água esteja em um estado líquido aqui na Terra, o que é vital para toda a vida neste planeta. Sem a energia do Sol, toda a água seria congelada e indisponível para uso. A vida, tal qual a conhecemos, não seria possível. Daí a “obsessão” em encontrar água em seu estado líquido em outros planetas, que possivelmente poderiam ser habitados e tirariam nossa hegemonia no sistema solar.

A vida, aliás, surgiu no mar. Você sabia? Aos poucos as criaturas marinhas foram se adaptando à vida nos continentes, mas foi nas águas oceânicas que a vida foi gerada pela primeira vez. Além disso, o que pouca gente sabe é que o ar que respiramos vem também dos oceanos e vem também de um processo de fotossíntese. Dessa vez dos chamados fitoplânctons, algas minúsculas que raramente enxergamos, cuja massa é muito menor do que a das plantas continentais. Ao produzir a fotossíntese, as algas retiram da atmosfera o dióxido de carbono e o depositam no fundo do mar, evitando que se acumulem na atmosfera acirrando o aquecimento global.

TUDO É ENERGIA

Praticamente todas as fontes de energia do planeta vêm do sol, seja direta ou indiretamente. Além de ter uma importância direta em energia solar fotovoltaica (que transforma a radiação solar em energia elétrica por meio de painéis solares) e energia solar térmica, tem influência em outras energias renováveis.

A energia eólica, por exemplo, usa o vento, que é formado pelo aquecimento de grandes quantidades de massa que, ao alterar a densidade, se movem, gerando um espaço que ocupará outra massa de ar frio. É a essa movimentação que damos o nome de vento e é justamente esse vento que gera a energia eólica.

A energia fóssil também vem do sol, mas, apesar disso, ela não pode ser considerada fonte renovável. Isso porque o processo de transformação em combustíveis fósseis leva milhões de anos. O carvão e o petróleo são gerados a partir compostos orgânicos que foram gerados alimentados pela radiação solar através da fotossíntese.

Há, ainda, a energia hidráulica, que é outra que depende frontalmente do Astro-Rei para a formação do ciclo da água. Lembra quando a professora explicou sobre isso no primário? O sol aquece a água do mar, que se transforma em vapor. O vapor aumenta devido à sua menor densidade no ar e forma nuvens. Quando a água condensa novamente, cai novamente como chuva nas montanhas.

QUENTE OU FRIO?

Uma pessoa precavida costuma checar a previsão do tempo rotineiramente. Muito além de possibilitar que possamos escolher o look do dia com sabedoria, a meteorologia tem importância inegável em setores como a agricultura, desempenhando papel fundamental na cadeia alimentar humana. E onde o sol entra nisso tudo?

Povos antigos observavam o sol para prever estações do ano e cheias do rio Nilo, essenciais para a sobrevivência dos egípcios naquela época. Mas a meteorologia tal qual conhecemos hoje começou longe dali, na Grécia Antiga, por volta de 350 a.C. com um cara bem conhecido por nós: Aristóteles. Em seu livro, chamado “meteorológica”, descreveu com razoável precisão o que nós conhecemos atualmente como o ciclo da água, e esboçou que o planeta é dividido em cinco zonas climáticas: a região tórrida em torno do equador, duas zonas frígidas nos polos e duas zonas temperadas. De lá pra cá muita coisa mudou, se modernizou e possibilitou novos conhecimentos, mas uma delas permanece intacta: a importância do sol na previsão do tempo.

O PODER, O IMPULSO E O EGO

Muito além daquela bolinha de onde partem traços ao seu redor que desenhávamos na infância, o sol assume protagonismo em ciências como a Astrologia, admitindo contornos bem diferentes daqueles lúdicos. É ele o representante do ego e da vontade consciente. É a nossa essência, de onde outros níveis de consciência podem interagir. A sua posição no momento do nosso nascimento indica o tema central do nosso espírito, onde nós realmente brilhamos e de onde vêm várias de nossas características, responsável pela nossa autoafirmação e autoestima, nosso brilho e poder pessoal.

O sol representa nosso interior, nossa alma, nossa essência, o pedaço de nós que sente a necessidade de se mostrar ao mundo. Essa expressão pode se dar através do trabalho, de atividades sociais e do contato com outras pessoas, dependendo do signo do zodíaco onde estará posicionado.

Na astrologia, o sol representa mais a idade adulta, entre os 20 e 40 anos, e tem uma posição mais masculinizada, simbolizando o chefe, o pai, o marido. O yang em sua mais pura essência, o arquétipo do herói – daí seu uso em interpretações astrológicas como reis, príncipes, líderes políticos e oficiais superiores. Quem não se lembra do Rei-Sol, Luís XIV, símbolo do absolutismo?

As semelhanças entre “Sol” e “Ego” vão além das três letras. Sinônimos astrológicos, eles são determinantes para a personalidade. Assim, se manifestarmos de forma estática ou sob uma baixa frequência a nossa essência, o Sol pode se manifestar como insegurança, arrogância, falta de consideração com os outros e aplicar uma veia dramática na personalidade. Ao contrário, se agirmos de forma equilibrada em relação à influência solar, avançaremos para autocontrole, coragem e consideração.

De acordo com a Astrolink, o sol se desloca pelos doze signos do zodíaco e leva um ano para dar a volta completa. Ele não tem movimento retrógrado, tem a Casa 5 associada a ele e rege o signo de Leão. Seu dia da semana é domingo (ou "Sunday", em inglês).

Outras casas astrológicas onde o Sol possui mais afinidade são a Casa 1, Casa 9 e Casa 10. Já as casas 4 e 7 podem ser consideradas as posições mais fracas para seu posicionamento. Pode se dizer que a casa 12 também, pois é uma casa cadente onde os astros encarnam um papel de finalização, para potencial renascimento posterior. Diz-se que o Sol está debilitado quando em Libra e exaltado em Áries. Seus planetas mais amigos são Júpiter, Marte e a Lua, e os potencialmente antagônicos ao seu modo de agir são Vênus e Saturno. Mercúrio torna-se neutro nesse relacionamento.

O lado positivo da influência do Sol na Astrologia traz energia, vitalidade e uma autoridade interior que gera autoconfiança e afirmação. Já sua energia negativa traz comportamentos como orgulho, vaidade e complexo de superioridade.

Mesmo tendo esse papel absolutista, o sol não é tudo em um mapa astral. Aquela famosa pergunta “qual o seu signo?” responde apenas onde ele estava posicionado no dia e na hora exata do seu nascimento, o que leva muita gente a acreditar que o signo solar é o fator mais importante na astrologia. Claro que sua influência é inegável, mas a formação da sua personalidade vai muito além disso, até porque o que seria de Yang sem seu Yin?

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