SAÚDE

Após questionamento sobre 'Saúde Mental na Escuta', Atenção Psicossocial explica fluxos de atendimento

Raiane Duarte
Publicado em 09/09/2020 às 10:41Atualizado em 18/12/2022 às 09:23
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O Setembro Amarelo coloca em pauta a necessidade de se discutir a saúde mental e de se promover a prevenção do suicídio. Contudo, nesta terça-feira (08), uma ouvinte da Rádio JM, entrou em contato com a reportagem para pontuar uma crítica: “infelizmente o Setembro Amarelo está muito mais para ação de redes sociais do que ação prática mesmo!”.

O apontamento surgiu após alguém próximo da ouvinte precisar de atendimento psicossocial imediato e não conseguir. “Como não conseguiu falar pelos telefones ofertados no ‘Saúde Mental na Escuta da Prefeitura’, ligou diretamente no posto de saúde do bairro, onde foi informado sobre o procedimento. Que deveria passar por consulta com clínico geral e que este decidi pelo encaminhamento ou não à psicóloga. Só que, devido à pandemia, a psicóloga não está atendendo a novos pacientes. Mas que ainda assim, ela o aconselha a ir até o posto para falar com as enfermeiras”, contou.

A reportagem entrou em contato com Diretoria de Atenção Psicossocial, da Secretaria Municipal de Saúde, para verificar como a população deve prosseguir. Através da assessoria, a direção esclareceu inicialmente que crises são condições em saúde mental em que há uma desorganização maior do funcionamento psíquico e do comportamento, sendo estas situações prioritariamente demandas para os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que possuem escala de acolhimento diário, sem necessidade de encaminhamento ou agendamento. 

“A crise, por sua complexidade, não se resolve com acolhimento telefônico, demanda atendimento presencial multiprofissional, inclusive psiquiátrico. Nestes casos, a pessoa deve se dirigir ao CAPS. O ‘Saúde Mental na Escuta’ é uma alternativa de acolhimento para pessoas com quadros provocados pelo isolamento social, mas não substitui a assistência em saúde mental, que depende de avaliação de cada caso. Por isso é importante, a avaliação individual de cada paciente em sua singularidade. No caso dos finais de semana podem procurar as UPAS que são serviços de pronto atendimento”. 

Fluxo da atenção psicossocial

Em princípio cabe esclarecer que toda a demanda de atenção psicossocial possui fluxo de acolhimento espontâneo, seja na Atenção Básica através das UBS, Unidades Básicas de Saúde para cuidado de casos se baixa complexidade/gravidade, seja no Serviço Intermediário de Atenção Psicossocial (SIAP) que atende casos de complexidade intermediária, ou mesmo nos quatro CAPS, Centros de Atenção Psicossocial. Em todos esses serviços, o acolhimento faz parte da rotina, sendo realizado por todos os profissionais componentes das equipes, que realizam a escuta do paciente e presta o cuidado com os encaminhamentos devidos se for o caso. O cuidado em saúde mental não está centralizado no médico ou no psicólogo. Dessa forma, qualquer pessoa que chegar ao serviço de saúde recebe acolhimento sem espera. 

Sobre a colocação de pacientes na fila devido a queixas de saúde mental, esta é uma situação que ocorre apenas para consulta médica especializada em psiquiatria. Todas as Unidades estão orientadas a solicitar encaixes caso haja necessidade mais rápida de atendimento, sendo que todos os dias são realizados encaixes em psiquiatria pelos 04 psiquiatras que atendem no ambulatório. No caso dos CAPS não há espera, já que cada CAPS possui de dois a três psiquiatras exclusivos para sua demanda. 

Saúde Mental na Escuta

Quanto ao Call Center "Saúde Mental na Escuta", as linhas foram sendo redistribuídas conforme o comportamento da demanda. Em princípio estavam todas direcionadas ao atendimento da população em geral, mas como a procura foi baixa, às cinco linhas foram sendo gradativamente voltadas ao atendimento de outras demandas, como profissionais da linha de frente do Enfrentamento à Covid-19 e busca ativa pelos terapeutas do SIAP, onde o Call Center está instalado, pelos pacientes do SIAP, visando assistí-los e dar suporte na impossibilidade de realizar grupos, devidos a questões de segurança sanitária. 

Sendo o telefone de referência hoje: 3314 - 8101 (tanto para população como para profissionais de saúde).

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