SAÚDE

Depressão e ansiedade: Medicação não deve ser vista como inimiga

Segundo especialista, muitas pessoas deixam de procurar ajuda por medo de efeitos colaterais e preconceito

Jefferson Genari
Publicado em 27/01/2020 às 10:55Atualizado em 18/12/2022 às 03:50
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Foto ilustrativa

Estudo da Funcional Health Tech aponta que o consumo de antidepressivos nos últimos cinco anos aumentou mais de 23%. Segundo a companhia, as mulheres na faixa de 40 anos são as que mais utilizam antidepressivos. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que 6% da população do Brasil sofre com depressão, enquanto 9% tem transtorno de ansiedade. Os números correspondem ao triplo da média global.

A psicóloga Alessandra Sallum conta que principalmente nesta época, quandoocorrem as ações de janeiro branco, o objetivo é abordar o autoconhecimento e o autocuidado para a prevenção e tratamento dessas doenças como ansiedade e depressão que tem ganhado índices cada vez mais altos.

Segundo ela, um fator que atrapalha é o medo das pessoas em procurar ajuda profissional, principalmente porque há muitos estigmas e dúvidas entre o trabalhos realizado por psicólogos e psiquiatras. Além do medo de enfrentar os próprios problemas e de utilizar medicações. Ela ressata que a ciência avançou bastante e, atualmente, há ferramentas diversas para lidar com o sofrimento humano e adoecimento psíquicos. É importante procurar ajuda para que as pessoas não permitam que esses transtornos atrapalhem o funcionamento mental do indivíduo e sua a vida. IMPORTÂNCIA DE SE CUIDAR

Alessandra defende que a Psicologia aplica o horizonte de possibilidades de ações. "O paciente com sofrimento psíquico não enxerga saída para situações. O único caminho que a mente identificou é o caminho do adoecimento. Na terapia, com técnicas e ferramentas específicas, é possível trabalhar a ampliação do horizonte de ação e possibilidades de enfrentar situações do dia a dia de maneira assertiva e produtiva. Dessa forma, o indivíduo passa a ver as situações de outra forma, a interagir mais em sociedade e se tornar mais feliz com ele mesmo e suas decisões”.

Segundo a especialista, muitas pessoas evitam ajuda especializada por preconceitos, mas têm dificuldade de encarar um problema ou não sabem lidar com a situação. Ela ainda indica que as pessoas percam esses pré-conceitos e passem a procurar os profissionais que cuidam da saúde da mente com a mesma frequência que precorrem a outros profissionais da saúde. PSICOLOGIA X PSIQUIATRIA

Muitos têm dúvidas sobre a ação de um psicólogo ou psiquiatra e acabam não procurando a ajuda necessária pela falta de conhecimento sobre as suas áreas de atuação. Segundo Alessandra, o psicólogo atende, principalmente, com técnicas de psicologia da palavra e associação livre para ajudar o paciente a lidar melhor com as próprias características. Já o psiquiatra é responsável por fechar os diagnósticos e prescrever medicações em caso de necessidade. Segundo ela, em ambos os casos, um profissional pode indicar o outro dependendo das análises realizadas na consulta. Ou seja, caso um indivíduo necessite de um psicólogo, o psiquiatra fará a recomendação, e o mesmo ocorre nas consultas com um psicólogo. MEDICAÇÕES

Muitas vezes, o acompanhamento psicológico consegue obter uma melhora no quadro, mas em casos mais graves há a necessidade de um tratamento psiquiátrico para contribuir com a rotina do tratamento psicológico. Alessandra ressalta que a medicação não deve ser vista como um inimiga. “Com o tratamento medicamentoso, o paciente fica mais leve, consegue retomar o eixo dos pensamentos e ritmo de vida normal e consegue ter energia para produzir no dia. Os pensamentos se aquietam na mente e ele consegue ter o espaço emocional necessário para ouvir, acomodar e processar as informações trazidas na psicoterapias”, completa a psicóloga. Ainda segundo ela, as sessões de terapia podem trazer traumas e informações que o indivíduo não estava preparado.

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