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O governo do Estado e a Cemig correm contra o tempo para levantar R$11 bilhões depois que o governo federal aceitou o acordo que pode impedir o leilão, no dia 27 de setembro, de quatro usinas da estatal: Jaguara, Miranda, São Simão e Volta Grande. Juntas, elas são responsáveis por cerca de 50% da geração da Cemig. O anúncio de que o governo federal aceitou esse acordo foi feito na sexta-feira, 18, pelo presidente da Cemig, Bernardo Salomão Alvarenga, durante ato político em defesa da manutenção das usinas pela estatal, realizado na hidrelétrica Miranda, em Indianópolis, no Triângulo Mineiro. O evento contou com parlamentares de diversas legendas, representantes da sociedade civil e o governador Fernando Pimentel.
Isso não significa que o governo federal cancelou o leilão. A União já conta com os R$11 bilhões, que é o valor da outorga do leilão e deve ser pago em novembro, para ajudar a cobrir o rombo fiscal de 2017. “O acordo foi aceito desde que a Cemig consiga levantar os R$11 bilhões. Agora, precisamos que o governo (do Estado) nos ajude para conseguirmos um empréstimo nos bancos. Estamos em contato com várias instituições, como Banco do Brasil e BNDES”, afirmou Alvarenga.
Pimentel disse em seu discurso que o governo está “disposto a chegar a uma solução negociada”. Alvarenga não descarta a possibilidade de buscar um parceiro para conseguir levantar o dinheiro. “Nada está descartado, mas agora precisamos estudar como chegar ao valor”, disse o presidente. A dívida da Cemig hoje já está em R$12,5 bilhões e metade desse valor vencerá em 2018, segundo a empresa. Em caixa, a empresa tem cerca de R$2,5 bilhões.
O presidente da Cemig classificou o leilão das usinas como uma injustiça, já que no seu entendimento a Cemig teria direito a manter as concessões das usinas de Jaguara, Miranda e São Simão. “É uma injustiça o fato de o governo federal, para fazer uma receita não recorrente, que vai desaparecer na virada do ano, queimar um patrimônio do Estado”, discursou Alvarenga.