POLÍTICA

Após críticas, mais servidores da Atenção Básica serão vacinados

Gisele Barcelos
Publicado em 20/01/2021 às 21:41Atualizado em 18/12/2022 às 11:59
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Profissionais da Atenção Básica que atuam no enfrentamento ao coronavírus criticaram número baixo de doses direcionado para a imunização do grupo. Nas redes sociais, médicos das unidades básicas alegaram terem sido excluídos da vacinação contra a Covid-19, apesar de também atenderem pacientes com suspeita da doença.

Os questionamentos surgiram porque informação preliminar sobre plano de vacinação no município incluía apenas 37 profissionais das unidades básicas e 36 das salas de vacina em Uberaba, contra um total de 3.691 trabalhadores em Saúde que atuam no âmbito hospitalar no enfrentamento à Covid-19.

Em resposta às críticas, a prefeita Elisa Araújo (Solidariedade) declarou que houve inicialmente um “descompasso de informação”, mas assegurou que a questão já estava organizada para contemplar mais profissionais da Atenção Básica que estão na linha de frente do enfrentamento à doença. “São profissionais que estão sempre enfrentando os maiores riscos e a gente não podia deixar eles de fora”, disse.

A chefe do Executivo manifestou que os profissionais da URS São Cristóvão, referência para o atendimento a casos de Covid-19, e também equipes de outras unidades com atendimento direto a pacientes com suspeita da doença começarão a ser imunizados a partir de segunda-feira (25).

Até ontem, a Secretaria Municipal de Saúde ainda não tinha atualizado o número exato de profissionais da Atenção Básica que seriam imunizados na primeira etapa da vacinação contra a Covid-19. A assessoria de imprensa da pasta informou que o levantamento ainda estava sendo feito junto aos gestores das unidades e o departamento de infectologia estava aguardando o relatório para organizar a vacinação do grupo.

Segunda dose. A estratégia de priorizar o estoque inicial recebido esta semana para garantir as duas doses de imunização foi também criticada por profissionais de Saúde. A categoria defende que seria possível uma cobertura maior com as 9.202 doses de CoronaVac já entregues ao município, manifestando também que o intervalo até a aplicação do reforço seria suficiente para a chegada de nova remessa de imunizantes.     

Integrante do comitê técnico de enfrentamento ao coronavírus, o infectologista Vitor Guilherme Maluf Curi rebateu os questionamentos e declarou em entrevista à Rádio JM que garantir a segunda dose para a fase inicial da vacinação é uma estratégia de segurança. De acordo com ele, a aplicação de duas doses da vacina é necessária para que sejam alcançados os resultados propostos, com a produção de anticorpos para a proteção do indivíduo.

O médico ainda ressalta que o reforço deve ocorrer no intervalo de duas a, no máximo, quatro semanas após a primeira dose. Do contrário, não haverá a imunização necessária. “Se não faz o reforço no prazo adequado, tem que zerar e começar de novo [a vacinação do indivíduo]. O que pode gerar desperdício de doses”, esclareceu.

Maluf também ressalta que, se a pessoa tomou a primeira dose de uma marca de vacina, a segunda dose deve ser necessariamente do mesmo tipo para que a imunização seja concluída. “Se você tomou a dose de uma vacina, não deve tomar a segunda de outra. Mas isso está hoje no Plano Nacional de Vacinação e nada impede que isso possa ser mudado com o tempo”, encerrou. 

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