Psicólogo analisa comportamento do eleitor e garante que a escolha do candidato é sempre emocional

Faltam pouco mais de 20 dias para as eleições municipais. Neste ano, 11 candidatos se colocaram à disposição para a Prefeitura de Uberaba e cerca de 503 para o legislativo. O pleito está marcado para 15 de novembro em primeiro turno e 29 para o segundo. Diante de tantos acontecimentos e desafios, como escolher? O que vai prevalecer: o voto pela emoção ou razão?

De acordo com o psicólogo Rafael Jordão, mesmo que as pessoas achem que não, os candidatos são escolhidos pela emoção. “A maioria das decisões que tomamos ao longo do dia são mais emocionais do que racionais. Um candidato que apela pela emoção tem mais chance de conquistar mais eleitores. O lado racional costuma justificar o que o emocional está fazendo”, explica. 

Segundo Jordão, ganha geralmente quem usa melhor a estratégia, sem mostrarem de fato o que têm de propostas para a administração. “Todos eles usam esse método para se aproximar mais dos eleitores. Contam suas histórias de vida, apelam para o medo das pessoas, e o que não vai de encontro com as crenças dos eleitores acaba sendo descartado. A dor da perda de alguma coisa ou estilo de vida é maior do que o prazer de ganhar”, destaca. 

Questionado sobre as notícias falsas, Rafael Jordão afirma que em muitas situações elas só ganham força porque mexem com as emoções. “As pessoas se colocam no lugar do outro. Acreditam que se está na rede social é verdade. Porque em muitas vezes as fake news vêm carregadas de sentimentos”. 

Ele finaliza alertando que o certo seria discutir cada vez mais por que tomamos determinadas decisões, para que elas não viessem tão carregadas e que as escolhas fossem, de fato, pela opção que mais atende à necessidade do todo. “Ficamos com uma grande ilusão de achar que o voto é racional e pensado. Quando na prática vemos é que o voto já foi escolhido bem antes de você perceber, depois você simplesmente justificou o que fez”.