POLÍTICA

Empresa planeja gasoduto para 2025, mas pandemia é obstáculo

Gisele Barcelos
Publicado em 05/08/2020 às 07:15Atualizado em 18/12/2022 às 08:25
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Pandemia de coronavírus interfere em planejamento da TGBC para retomar implantação de gasoduto de São Carlos. A empresa vinha trabalhando junto à ANP desde o fim do ano passado para fazer uma nova chamada pública de alocação de capacidade do duto, porém a análise está caminhando de forma lenta devido aos entraves causados pela atual crise sanitária.

Em dezembro do ano passado, a TGBC chegou a anunciar o interesse em iniciar as obras do gasoduto entre 2021 e 2022. O objetivo na época era colocar o duto em operação em 2025. Para cumprir o cronograma, a empresa vai precisar realizar a chamada pública de comercialização do gás entre 2020 e 2021.

Questionado, o diretor da TGBC, André Macedo, afirma que o projeto para trazer o duto de São Carlos não está paralisado e a empresa planeja manter a previsão para dar o pontapé na implantação. Entretanto, ele ressalta que tudo dependerá também do cenário econômico do país a partir de agora. "É difícil falar em datas num momento desse, mas a nossa expectativa é que o cronograma seja mantido, mas depende de vários fatores", pondera.

Para realizar a nova chamada pública do gás, a TGBC pediu revisão de ato de declaração de utilidade pública à ANP (Agência Nacional de Petróleo) em outubro. Em paralelo, também foi solicitada uma nova licença de instalação para a obra junto ao Ibama.

De acordo com Macedo, ações continuam sendo feitas tanto para renovar o licenciamento ambiental no Ibama quanto para conseguir a autorização na ANP para realizar a nova chamada pública de contratação da capacidade do gasoduto Brasil Central. "Está em andamento, mas não na velocidade que a gente queria por causa da pandemia", destaca.

O diretor afirma que o Ibama estendeu a validade da licença ambiental do empreendimento até que seja concluído o processo de emissão do novo licenciamento. Segundo ele, órgão ambiental apresentou solicitações à TGBC e os dados requisitados foram entregues no fim de fevereiro, mas, desde então, a empresa aguarda um parecer sobre a nova licença. "A expectativa é que termine no mês de agosto essa análise", afirma.

A comercialização do gás transportado é a última etapa a ser vencida para viabilizar as obras do duto que vai conectar São Carlos (SP) a Brasília (DF), passando pelo Triângulo Mineiro.

Uma chamada pública para alocação da capacidade do duto já foi realizada em 2013, mas apenas uma empresa apresentou proposta e os volumes solicitados não atenderam ao que estava previsto no edital, pois seriam insuficientes para viabilizar o empreendimento. Com isso, o projeto foi suspenso por tempo indeterminado e só retomado no ano passado. Projeto de São Carlos, da TGBC, foi o primeiro citado para planta de amônia

 

O projeto de São Carlos foi o primeiro a ser citado quando houve a assinatura do protocolo de intenções entre a Petrobras e o governo estadual para a construção da fábrica de amônia em 2011. O empreendimento está orçado inicialmente em R$3,6 bilhões. Entretanto, o duto da TGBC acabou sendo deixado de lado por alternativas como o ramal de Ribeirão Preto (SP) e a proposta do ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) de trazer o gás de Betim. As duas não avançaram. Agora as atenções dos representantes políticos da região se voltaram para a ideia inicial. 

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