Foto/Reuters/Carlos Garcia Rawlins
O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou sua renúncia na tarde de hoje (10), para pacificar o país, após semanas de protestos violentos contra os resultados da eleição presidencial de 20 de outubro.
Pela manhã, Morales anunciou a convocação de um novo pleito eleitoral, depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou em um relatório preliminar ter observado sérias irregularidades nos resultados da eleição de outubro.
Além disso, a Procuradoria-Geral da Bolívia anunciou hoje o início de ações legais contra juízes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do país por supostos "atos eleitorais ilícitos" e dois ministros de Morales renunciaram dizendo que suas decisões buscam ajudar na pacificação do país.
O comunicado da OEA, divulgado neste domingo, estabeleceu que a organização não pode validar os resultados da eleição que apontaram Morales como vencedor e reeleito para um quarto mandato consecutivo na presidência do país.
"Nos quatro elementos revisados (tecnologia, cadeia de custódia, integridade das atas e projeções estatísticas) foram encontradas irregularidades, que variam desde muito graves até indicativas. Isto leva a equipe técnica auditora a questionar a integridade dos resultados da eleição de 20 de outubro passado", afirmou a entidade.
O resultado da votação gerou acusações de fraude pela oposição e por movimentos populares, pedindo a renúncia de Morales, que foi reeleito com mais de 10 pontos de vantagem sobre o centrista Carlos Mesa.